Reprodução/Redes sociais/PM Rodoviária
A morte de Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, inicialmente tratada como um acidente de trânsito, teve uma reviravolta e passou a ser investigada como feminicídio. O companheiro da vítima, Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, foi preso na manhã desta segunda-feira (16) durante o velório, em Divinópolis (MG), após confessar que matou a mulher e simulou a colisão para encobrir o crime.
A mudança na linha de investigação ocorreu após a Polícia Civil analisar imagens de uma praça de pedágio na rodovia MG-050, minutos antes do acidente. Os registros mostram Henay sentada no banco do motorista aparentemente desacordada, enquanto Alison ocupava o banco do passageiro.

Reprodução/Redes sociais/PM Rodoviária
No vídeo, o suspeito aparece pagando a tarifa e esticando o corpo para alcançar o volante, conduzindo o veículo de forma improvisada. A atitude chamou a atenção da atendente do pedágio, que questionou se estava tudo bem. Alison afirmou que a companheira estaria passando mal. A funcionária sugeriu que ele parasse o carro para atendimento médico, orientação que ele disse que seguiria, o que não ocorreu.
Cerca de nove minutos depois, o veículo invadiu a contramão e colidiu frontalmente com um ônibus de turismo. Henay morreu no local. Alison sobreviveu.
Contradições e indícios de homicídio
Segundo a Polícia Civil, as lesões encontradas no corpo da vítima não eram compatíveis apenas com o impacto da colisão, levantando a suspeita de que Henay já estivesse inconsciente ou morta antes do acidente. Diante das inconsistências, novos exames periciais foram solicitados e o sepultamento chegou a ser adiado.
Peritos apontaram que seria improvável que somente a batida tivesse causado a morte da mulher, reforçando a hipótese de homicídio. Com base nos laudos preliminares e nas imagens do pedágio, o caso passou a ser tratado oficialmente como possível feminicídio.
Prisão no velório
Alison foi localizado e preso enquanto participava do velório da companheira. Durante depoimento, ele confessou o crime, afirmando que matou Henay e simulou o acidente para tentar despistar a polícia.
Histórico de violência é investigado
Após a confissão, os investigadores passaram a analisar mensagens, fotos e registros hospitalares encontrados nos celulares do casal. A polícia apura se Henay já havia sido vítima de violência doméstica, indicando que o crime pode não ter sido um episódio isolado.
Os aparelhos celulares de ambos foram apreendidos e encaminhados para perícia. A Polícia Civil aguarda o laudo de necropsia e a conclusão dos depoimentos para avançar no inquérito e formalizar a tipificação do crime.
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