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O Rio Madeira, em meio à pior seca de sua história, apresenta perspectivas de recuperação a partir de novembro, conforme informou o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). Essa esperança depende diretamente do início da estação chuvosa que se estende por toda a bacia do rio, abrangendo áreas no Brasil, Bolívia e Peru.
De acordo com o último boletim divulgado pelo SGB, as regiões mais críticas da bacia estão localizadas em Porto Velho e nas calhas dos rios Beni e Madre de Dios. Por outro lado, em outros rios do estado, a situação se aproxima da normalidade.
A seca que afeta a região em 2023 já é considerada a mais severa em Porto Velho em 56 anos. Há aproximadamente um ano, o Rio Madeira atingiu um mínimo histórico de 1,44 metro, o menor nível em 17 anos. No entanto, essa marca foi superada, chegando a 1,10 metro.
O SGB explicou que, mesmo sem prever uma volta iminente à normalidade, as condições atuais, juntamente com a previsão de chuvas abaixo da média nas próximas semanas, podem persistir até novembro.
O padrão climático na bacia do Rio Madeira prevê chuvas entre novembro e abril, com um período seco de maio a outubro, sendo outubro um mês de transição entre o verão e inverno amazônico.
Na última semana, observou-se uma ligeira elevação do nível do Rio Madeira em Porto Velho, embora isso ainda não represente um retorno à normalidade da estação chuvosa. Isso foi resultado de chuvas isoladas em países vizinhos, conforme mencionado no boletim.
No entanto, caso haja mais atrasos no início da estação chuvosa, acompanhados de chuvas abaixo da média em toda a bacia, que se estende até o Peru e a Bolívia, a elevação do rio pode ocorrer somente no próximo mês, de acordo com o Serviço Geológico Brasileiro.
Em uma nota oficial, o SGB comunicou que "o prognóstico de 15 dias indica que é provável que o nível do Rio Madeira em Porto Velho não tenha mudanças significativas de tendências, devido à escassa precipitação prevista".
A seca histórica que assolou o Rio Madeira durante setembro e outubro, um rio com uma extensão de 1,5 mil quilômetros, resultou em níveis historicamente baixos, expondo vastos bancos de areia, formações rochosas e uma paisagem árida, assemelhando-se a um deserto.
Essa seca sem precedentes levou à suspensão temporária das operações da hidrelétrica Santo Antônio Energia, e impactou o acesso à água para mais de 15 mil moradores ribeirinhos e criou desafios significativos na captação de água e no transporte de mercadorias na região.
Natália Figueiredo - Diário da Amazônia