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Confira o ranking de qualidade de vida entre todas as capitais e estados do Brasil

Segundo o Índice de Progresso Social (IPS), Porto Velho é a pior capital em qualidade de vida do Brasil


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Foto: Gabriel Monteiro

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Pela primeira vez, um estudo aplicou o Índice de Progresso Social (IPS), uma metodologia internacional que mede o bem-estar da população a partir de dados oficiais, em todas as cidades brasileiras. Este levantamento, denominado IPS Brasil, gerou um ranking sobre a qualidade de vida dos 5.700 municípios do país. Entre as capitais, Brasília (DF) foi classificada como a melhor, enquanto Porto Velho (RO) ficou na última posição. No âmbito estadual, São Paulo obteve a melhor avaliação, enquanto o Pará ficou com a pior.

O IPS Brasil utilizou mais de 300 indicadores, reduzidos a 52, de fontes oficiais e institutos de pesquisa, como DataSUS, Conselho Nacional de Justiça, Mapbiomas, Anatel e CadÚnico. Os únicos dados inéditos foram dois produzidos pelo Mapbiomas, relativos a áreas verdes e disponibilidade de praças.



As notas dos estados foram calculadas pela média de todos os seus municípios. São Paulo alcançou o melhor resultado, e as piores notas se concentraram na região Norte do país.
O IPS é estruturado em três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos para o Bem-estar, e Oportunidades. Cada dimensão é composta por quatro componentes, que, por sua vez, incluem de três a cinco indicadores com pesos diferentes. Por exemplo, no componente de segurança, a taxa de homicídios tem um peso maior do que a de mortes de jovens.



A seleção dos indicadores priorizou os mais recentes, de boa qualidade e produzidos anualmente, o que excluiu o uso de dados do Censo. Os pesquisadores também evitaram dados com padronizações diferentes entre estados e com alta subnotificação, comuns em números de segurança, o que justifica a ausência de estatísticas de roubos e furtos. Segundo Beto Veríssimo, coordenador do IPS Brasil, o objetivo não é ranquear os maiores PIBs ou mensurar ofertas de serviços, mas qualificar resultados como maior expectativa de vida, menores taxas de homicídio e poluição, e melhor acesso à educação superior.

Para o IPS, não interessa quanto o município investe. Queremos saber o resultado, se no final do dia as pessoas estão vivendo melhor. Nem sempre a cidade com maior renda tem melhor qualidade de vida — explica Veríssimo, acrescentando que os resultados finais não surpreenderam.

Entre as capitais, as melhores notas foram atribuídas a cidades planejadas. Brasília (DF) lidera o ranking, seguida por Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR).
Brasília tem uma excelente rede de serviços e infraestrutura, além de uma renda per capita diferenciada. Goiânia, apesar de alguns problemas, é bem organizada e planejada. As cidades com melhor organização espacial têm uma vantagem — diz José Carlos de Lima Júnior, professor da pós-graduação em Administração da Harven Agribusiness School, em Ribeirão Preto.

Na parte inferior do ranking, as capitais do Norte apresentaram os piores resultados. Além disso, o Rio de Janeiro e algumas capitais do Nordeste também pontuaram mal.
O IPS não inclui um indicador de renda, mas de certa forma consegue medir a desigualdade social. Cidades mais desiguais são afetadas negativamente. Teresina, João Pessoa e Aracaju, por exemplo, têm serviços públicos bem distribuídos, mesmo nas áreas mais pobres. Já Maceió e Rio são muito desiguais e pontuaram pior. Quem conhece as praias do Rio e de Maceió não vê de perto os problemas sociais — explica Beto Veríssimo.

Lucas Altino/ O Globo

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