Foto: Daiane Mendona
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) colocou Rondônia entre os estados que menos retornam os valores arrecadados em impostos em benefício do bem-estar social. A pesquisa, intitulada Índice de Retorno ao Bem-Estar da Sociedade (IRBES) - Estadual, revelou uma disparidade significativa na eficiência da aplicação dos recursos tributários entre as 27 unidades da federação.
Os dados mais recentes, que refletem o ano de 2021, indicam que o Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná lideram o ranking de estados que mais investem em áreas como saúde, educação e infraestrutura, garantindo melhores indicadores de qualidade de vida. Em contrapartida, Rondônia, Piauí, Amazonas, Bahia e Roraima aparecem nas últimas posições da lista.
Desafios e discrepâncias regionais
O presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, destacou a relação direta entre a localização geográfica e o desempenho no índice. Estados das regiões Norte e Nordeste, como Rondônia, apresentam dificuldades históricas em transformar arrecadações em benefícios concretos para a população, enquanto as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste têm desempenho superior.
"Esses resultados mostram a necessidade urgente de um planejamento mais eficiente para a aplicação dos recursos públicos. A melhoria nas condições de vida exige esforços conjuntos, especialmente em estados com menor desenvolvimento socioeconômico," afirmou Olenike.
A posição do Brasil no cenário global
A análise do IBPT também comparou o Brasil a outros 30 países com as maiores cargas tributárias do mundo, com base em dados de 2022. O país ocupa a última posição no retorno dos tributos à população. Na liderança, a Irlanda se destaca pelo sexto ano consecutivo, seguida por Suíça, Estados Unidos, Austrália e Coreia do Sul.
Apesar de sua alta arrecadação tributária, o Brasil segue atrás de países vizinhos, como Uruguai e Argentina, no uso eficiente desses recursos para promover o bem-estar social.
Metodologia do IRBES
O índice combina a carga tributária de cada estado com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), atribuindo maior peso ao IDH para calcular o desempenho no retorno dos impostos. Quanto maior o IRBES, mais eficiente é a gestão dos recursos em prol da população.
O estudo evidencia a importância de repensar a alocação dos tributos para reduzir desigualdades regionais e melhorar os serviços essenciais oferecidos aos brasileiros.
Sobre o IBPT
Fundado em 1992, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) é referência no estudo do sistema tributário nacional. O órgão promove conscientização e transparência fiscal, além de oferecer dados estratégicos para empresas e setores econômicos.
Confira o ranking completo:
Portal SGC