Marcos Oliveira/Agência Senado
O Senado aprovou, na noite de quinta-feira (19), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que compõe o pacote de corte de gastos do governo federal.
A matéria foi analisada em dois turnos na Casa. No primeiro deles, foram 55 votos favoráveis e 18 contrários. Já no segundo, o placar foi de 53 votos favoráveis e 21 contrários.
Eram necessários ao menos 49 votos — o equivalente a 3/5 dos parlamentares — para que o texto fosse aprovado. Com a conclusão da análise, a matéria segue para promulgação pelo Congresso Nacional.
Entre outros pontos, o projeto limita o pagamento de supersalários do funcionalismo público, muda regras no pagamento do abono salarial e altera a destinação de parte dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O relator no Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), manteve a maior parte do texto aprovado pela Câmara dos Deputados na tarde desta quinta.
No entanto, após apelo de líderes partidários, Castro retirou da matéria um trecho que determinava a destinação de recursos do Fundeb para financiamento de programas de merenda escolar.
Entre outros pontos, o projeto limita o pagamento de supersalários do funcionalismo público. Segundo a matéria original enviada pelo governo ao Congresso, a concessão de verbas indenizatórias, que ultrapassassem o teto de R$ 44 mil, só poderia ser viabilizada por meio de lei complementar aprovada pelo Congresso.
O relator na Câmara, Moses Rodrigues (União-CE), alterou o texto, determinando que o pagamento seja viabilizado por lei ordinária. Na prática, a mudança possibilita que a análise do projeto, que autorizará os supersalários, seja aprovado com maior facilidade.
Isso porque projetos de lei ordinária precisam de um quórum menor que projetos de lei complementar para serem aprovados. Além disso, o texto de Moses também determina que o pagamento das verbas indenizatórias não seja limitado até que a lei seja aprovada pelo Congresso.
Outro ponto do texto trata sobre a concessão do abono salarial. Segundo a proposta, a partir de 2026, a concessão será corrigida pela inflação, até chegar a um salário mínimo e meio.
Hoje, o abono é pago para profissionais que ganharam até dois salários mínimos no ano-base do abono e trabalharam formalmente por, no mínimo, 30 dias. Na prática, a PEC faixa de remuneração máxima para se enquadrar nos critérios do benefício.
CNN Brasil