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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 134 milhões de eventos adversos ocorrem anualmente em instituições de saúde em todo o mundo, resultando em cerca de 2,6 milhões de mortes, especialmente em países de baixa e média renda. No Brasil, os dados mais recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), referentes ao ano de 2024, apontam 426.148 notificações de eventos adversos em instituições de saúde. Desses, 2.458 resultaram em óbitos.
Em Rondônia, segundo a ANVISA, foram relatados 5.983 incidentes em unidades de saúde, sendo o mais comum a falha na identificação do paciente, com 2.775 ocorrências. Também se destacam casos de lesão por pressão, que incluem feridas localizadas na pele ou tecidos subjacentes, geralmente em regiões como costas, quadris, calcanhares e cotovelos.
Frente a esse cenário, a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) reforça a importância da humanização no atendimento como uma das principais estratégias para melhorar a segurança do paciente e evitar danos. A coordenadora do Grupo Temático de Trabalho da Experiência do Paciente da entidade, Kelly Rodrigues, explica que a humanização envolve mais do que práticas técnicas: trata-se de acolher o paciente com empatia, escuta ativa, respeito à dignidade e promoção de um ambiente ético e acolhedor.
"Estar mais próximo do paciente, cuidando da pessoa e não apenas da doença, proporciona um atendimento mais seguro. A humanização envolve atitudes que tornam a experiência mais acolhedora, respeitosa e centrada nas necessidades físicas e emocionais do paciente", destaca Kelly.
O custo global decorrente de erros de medicação, dos quais 50% são evitáveis, chega a US$ 42 bilhões por ano, enquanto o custo total dos cuidados inseguros ultrapassa US$ 1,17 trilhão, segundo a OMS.
Um passo significativo para a melhoria do atendimento à saúde no Brasil foi dado com a sanção da Lei nº 15.126, em 28 de abril de 2025. A nova norma altera a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990) para incluir a atenção humanizada como princípio fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS). A Política Nacional de Humanização (PNH), que desde 2003 já orientava práticas nesse sentido, agora passa a ser respaldada por lei, consolidando um novo paradigma para o atendimento em saúde no país.
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