Rondônia

VÍDEO: TCU investiga deputado de Rondônia em escândalo de nepotismo milionário no gabinete

Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pede apuração de nepotismo no gabinete do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO)


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Reprodução / Câmara dos Deputados

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O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação contra o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) após representação do Ministério Público junto à corte, que pediu apuração rigorosa sobre suposto nepotismo no gabinete do parlamentar.

Segundo o documento, o deputado de Rondônia teria empregado a companheira, a cunhada e dois concunhados, o que resultou em mais de R$ 2,1 milhões em salários pagos com recursos públicos da Câmara dos Deputados.

O subprocurador-geral do TCU, Lucas Furtado, destacou que o caso representa "uma afronta direta aos princípios da Administração Pública", citando moralidade, impessoalidade e eficiência.

"Os indícios de que o deputado tenha utilizado recursos públicos para beneficiar seus familiares são alarmantes", escreveu o procurador, acrescentando que parlamentares deveriam "ser exemplo máximo de conduta ética e respeito às normas constitucionais".

O deputado afirmou que exonerou os familiares um dia após ser questionado sobre as nomeações, mas o Ministério Público ressaltou que as demissões não o isentam de responder pelos atos praticados e pelo possível uso indevido de verba pública.

Furtado ainda frisou que o TCU deve verificar se houve prestação efetiva de serviços pelos nomeados. Caso contrário, o deputado e os envolvidos poderão ser responsabilizados solidariamente e obrigados a devolver os valores aos cofres públicos.

Quem são os familiares nomeados

A principal beneficiada seria Elizabeth Dias de Oliveira, companheira de Chrisóstomo.

Lotada no gabinete desde abril de 2020, antes mesmo da formalização da união estável em cartório, ela recebeu mais de R$ 1,2 milhão em salários. Hoje, ocupa o topo da faixa salarial de secretária parlamentar, com remuneração bruta de R$ 18.719,88, além de benefícios.

A irmã dela, Naara Star de Oliveira Souza Dias, também foi nomeada em julho de 2022 e já recebeu cerca de R$ 386 mil desde então, com salário fixado em R$ 8.772,24.

Outra integrante da família, a concunhada Gabriela Aparecida de Lima Oliveira, também trabalhou no gabinete. O salário dela passou de R$ 1.991,91 para R$ 13.437,29 em menos de um ano — um aumento de mais de 570%.

Até o momento, Gabriela já recebeu R$ 532,7 mil da Câmara dos Deputados.

O quarto nome ligado ao grupo familiar é Luy Ferreira Sobral, namorado de Naara, que entrou no gabinete em agosto. Ele aparece com salário bruto de R$ 18.719,88, totalizando R$ 23,8 mil com auxílios.

Medidas pedidas pelo MP-TCU

  • Entre as ações recomendadas, o Ministério Público solicita que o TCU:
  • Apure os registros e nomeações dos familiares do deputado;
  • Verifique a legalidade das contratações à luz da Súmula Vinculante nº 13 do STF;
  • Determine a responsabilização dos envolvidos caso confirmadas as irregularidades;
  • Exija a devolução de valores pagos indevidamente;
  • E encaminhe o caso ao Ministério Público Federal para possíveis medidas cíveis e penais.

O órgão também pede que a Câmara dos Deputados reforce seus mecanismos de controle interno para prevenir novos casos de nepotismo.

Portal SGC

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