Aumento alarmante: Sífilis adquirida atinge 672 casos em 2023 em Porto Velho

Dados alarmantes revelam que Porto Velho enfrenta um aumento preocupante nos casos de sífilis adquirida em 2023, com 672 casos confirmados somente nos primeiros oito meses do ano. Além disso, nos últimos cinco anos, o município registrou mais de 3 mil casos da doença, de acordo com informações do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).

A médica Ethianne Bastos, coordenadora municipal da sífilis na Semusa, ressalta a importância do uso de preservativos como medida eficaz na redução do risco de contrair e transmitir a doença. Ela enfatiza que o tratamento precoce desempenha um papel fundamental na contenção da sífilis.

"É fundamental que a população se atente ao uso da camisinha masculina ou feminina, pois ela é a única forma de evitar a doença. Quando não tratada a tempo, a sífilis pode trazer diversos riscos à saúde. Mas é sempre bom lembrar que a sífilis é uma doença que tem cura e tratamento. Por nem sempre apresentar sintomas, principalmente nas fases iniciais, o teste rápido e o tratamento iniciado precocemente são fundamentais para a redução dos casos", afirma a médica.

Diante desse cenário preocupante, a Semusa, por meio do Núcleo das IST (HIV/aids/hepatites e sífilis) do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), está intensificando suas ações de combate e prevenção à doença.

A Semusa, através dos Departamentos de Vigilância em Saúde e de Atenção Básica, realiza capacitações para que os profissionais possam atender da melhor forma a população. Além disso, palestras educativas de incentivo ao cuidado e bem-estar são realizadas com frequência para estimular a prevenção da doença.

"A rede de saúde municipal está preparada com testes e tratamentos, e pedimos que as pessoas não fiquem com vergonha de cuidar da saúde", enfatiza a médica e coordenadora municipal da sífilis.

Em Porto Velho, os testes rápidos de sífilis e outras IST, bem como o tratamento para a doença, estão disponíveis em todas as unidades de saúde. Para agendar um atendimento, o paciente deve apresentar um documento oficial com foto e o cartão do SUS. A prevenção e o tratamento precoces são cruciais para conter a propagação da sífilis e proteger a saúde da população de Porto Velho.

O que é sífilis adquirida?

A sífilis adquirida é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela é chamada de "adquirida" para distingui-la da sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. A sífilis adquirida é transmitida principalmente através do contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada, mas também pode ser transmitida por contato direto com lesões ou feridas sifilíticas.

A sífilis pode ter várias fases e sintomas diferentes, e a sua gravidade pode variar de pessoa para pessoa. As fases da sífilis adquirida incluem:

1. Sífilis primária: Nesta fase, uma ferida indolor chamada de "cancro" geralmente aparece no local da infecção, como os órgãos genitais, ânus ou boca. A ferida pode curar-se espontaneamente, mas a infecção continua a se desenvolver.
2. Sífilis secundária: Após a fase primária, a doença pode progredir para a fase secundária, que geralmente ocorre algumas semanas a meses após a infecção inicial. Nesta fase, os sintomas podem incluir erupções cutâneas, febre, dor de garganta, dores musculares, fadiga e gânglios linfáticos inchados.
3. Sífilis latente: Se a sífilis não for tratada, ela pode entrar em uma fase latente, na qual os sintomas desaparecem, mas a bactéria continua a se multiplicar no organismo. Esta fase pode durar anos.
4. Sífilis terciária: Se a sífilis não for tratada por um longo período de tempo, pode progredir para a sífilis terciária, que é uma forma grave da doença que pode afetar órgãos internos, como o coração, o cérebro e os ossos. Isso pode levar a complicações graves e potencialmente fatais.

A sífilis é tratável com antibióticos, geralmente a penicilina. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e tratada, melhores são as chances de prevenir complicações graves. É importante fazer exames regulares para DSTs, usar preservativos durante o sexo e buscar tratamento médico se você ou seu parceiro(a) apresentarem sintomas de sífilis ou se tiverem tido contato com uma pessoa infectada. A prevenção e o tratamento precoce são fundamentais para controlar a disseminação da sífilis.

Redação - Diário da Amazônia