Surto de esporotricose foi registrado em alguns estados do Brasil; doença é benigna para humanos e fatal para animais
(Reprodução/Freepik)
Uma doença transmitida por gatos, denominada esporotricose, causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, avança em alguns estados do Brasil. O infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), acende o alerta para surto de micose, já registrado em países como Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile.
Neste ano, em São Paulo, os casos da doença tiveram aumento de 40%, em relação ao ano de 2022. Já no Paraná, o aumento de casos subiu para 2.887 neste ano, comparado aos 1.242 registrados no ano anterior.
Transmitida através do fungo Sporothrix, a esporotricose é uma micose subcutânea capaz de entrar em contato com o organismo de humanos por meio de uma ferida na pele, como mordidas, arranhões ou contato com lesões de animais infectados.
A doença se caracteriza por lesões na pele, nódulos na camada de pele e, em casos mais graves, pode afetar órgãos como pulmão e fígado; saiba quais são os sintomas e como prevenir.
O fungo se aloja nas garras, salivas e sangue de gatos e, dessa forma, é transmitido para seres humanos por mordidas, arranhões e contato com lesões.
Os sintomas da esporotricose variam conforme o órgão afetado. Já o período de incubação varia de uma semana a um mês, com chances de chegar a seis meses após a entrada do fungo no organismo.
A lesão inicial é parecida com uma picada de inseto, podendo ser curada espontaneamente. No entanto, o fungo também pode afetar ossos e articulações, tendo sintomas similares a inchaço e dor nos movimentos. Outros sintomas são tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre, que ocorrem durante o estado grave da doença.
O diagnóstico de esporotricose é feito a partir do resultado de exames laboratoriais onde o fungo é encontrado isolado. Outras amostras, como escarro, sangue, líquido sinovial e líquor, também podem ser analisadas, conforme os órgãos afetados.
O tratamento é realizado com antifúngicos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e tem período de três meses a um ano. Vale ressaltar que o acompanhamento médico é fundamental em todos os casos.
O Liberal