Colunas |

Alguma coisa está fora da ordem

Confira a coluna


Na segunda dia 08 aconteceu em Brasília um evento para tratar do niver do 08 de janeiro de 2023. A ideia era bombar nas redes sociais, mas pelo andar da mula véia tinha tudo "flopar", dar com os burros n’água e bingo! foi o que deu. Apesar do e$forço da Globo, só o BBB bombou. Acreditar em Lula acredito que nem mais a "tchurma do primário mal feito". Unidos como carne e unha, os Poderes Executivo e Judiciário tentaram puxar o Poder Legislativo para dançar a "valsa do golpe" e em parte conseguiram com o discurso "mamão com ovo mexido" do chefete do Senado Sêo K-Pacheco e explico: o esperto Artur Lira avisou que ia ficar doente e mesmo sem ficar, não foi, e assim não foi possível fazer o "pas-de-deux" do Congresso.

Congresso que aliás, ainda olha atravessado a marmota daquela narrativa do golpe de estado cantada em verso, prosa, besteirol, fake-news e ódio no relatório da Eliziane que blindou os nomes dos que poderiam ter participação ocultada no quebra-quebra promovido certamente por grupos que pediam intervenção militar por discordar do resultado eleitoral em 2022, como se tal pedido pudesse mudar o resultado referendado pela autoridade para fazê-lo, que era e é, o Tribunal Superior Eleitoral e pelas personagens infiltradas, já que como disse um ministro do STF, o "golpe" foi urdido bem antes, o que daria tempo para à sorrelfa preparar os bois de piranhas e os cavalos de troia. Ainda que eu não concorde com o inusual inquérito instaurado desde o início e até hoje, concordo que era e é preciso punir os culpados na medida de seus atos criminosos, respeitando-se o amplo direito de defesa e obediência ao devido processo legal.

O Brasil tem coisas estranhas em sua história. A Proclamação da República foi um golpe de estado, mas o termo golpe não citado. Getulio era um ditador que da noite para o dia virou um defensor da democracia. Mais recentemente, de 1964 e até hoje, quem apoiou a ditadura militar nega que tenha havido um golpe militar e tenta - santa esquizofrenia! - provar que a solução adotada na sequência dos fatos tenha sido um sistema democrático e normal de governo. Apenas para lembrar, jamais se fala e há raros registros de Ranieri Mazzilli.

Em 02 de abril de 1964, um dia após o golpe militar de 1º de abril - malucos, mas que não rasgam dinheiro, dizem que foi 31 de março de 1964, mas meninos eu juro, eu vi!!! Foi 1º de abril! -, Ranieri na condição de presidente da Câmara dos Deputados assumiu a presidência da República, em lugar de João Goulart, que havia sido deposto. Apesar do Ranieri o governo ficou nas mãos de uma junta militar, ou Comando Supremo da Revolução, a cargo de Costa e Silva, Augusto Rademaker e Francisco de Assis Correia Melo. A ditadura que adveio foi vendida para o povo como sendo uma intervenção militar provisória que iria retomar o crescimento econômico, reinstaurar a ordem social e conter o comunismo e a corrupção, mas a provisória foi ficando definitiva e definitivamente deu no que deu. Uma semana depois do golpe no dia 09 de abril o Comando Supremo mostrou sua brutalidade com o AI-nº 1 - nada a ver com "artificial intelligence" - e virou ditadura mesmo. Conhecemos de história o suficiente para sabermos que a história é cíclica e se repete apesar de meia dúzia de cabeças de bagre quererem mudar o seu curso. É que os fatos são desafiadores e imutáveis. Por mais que a mentira se alastre como ocorre agora, os fatos mantém a odienta maneira de continuar existindo como ocorreram e assim, como a vida imita a arte, indico a leitura do livro "1984" de George Orwell, o download está em www.baixelivros.com.br e nele há uma frase que explica nas entrelinhas o Brasil de hoje, versão Lula, STF & Cia: "Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado".

Assim funcionam as NARRATIVAS dos que fizeram por força de uma decisão judicial baseada na mudança de endereço a anulação de processos julgados em várias instâncias transformando um réu em presidente do país. Coisas da "estória" do Brasil…

O termo narrativa vem do sânscrito "gnärus" e suas adaptações chegaram ao que é hoje, uma ferramenta persuasiva para dar uma visão de fatos ocorridos e influenciar opiniões, construídas por diferentes fontes de informação, como a mídia e os discursos políticos, mas principalmente redes sociais. Volto um pouco e lembro que a grande imprensa em 64 apoiava o regime, salvo raras exceções e a Globo não era exceção, o que explica sua tendência histórica de apoio aos poderosos de plantão. Esta semana, não por acaso, "O Globo" e a "Veja" deram destaque ao ministro Moraes.

Em duas entrevistas distintas, mas nada distantes, face à similaridade do tema e até às perguntas feitas, ele investido das funções de investigar, relatar, julgar e sentenciar - independente da participação da PGR - criminosos que fizeram ou estariam presentes na quebradeira do 08 de janeiro, falou que "golpistas" tramaram contra a sua vida, inclusive planejando seu ENFORCAMENTO NA PRAÇA DOS TRÊS PODERES. Deve ter guardado por um ano a sete chaves, sabem ele e Deus o porquê o deveria ter dado conhecimento imediato à nação por ser inadmissível, reprovável e porque mereceria como merece, ser tratado com rigor e transparência que o caso de tal repercussão exigia e exige. Não creio que os relatos do Sêo Moraes possam fazer parte da narrativa cuidadosamente montada no relatório absurdo sobre o reprovável e criminoso do 08 de janeiro.

Seria absurdo e surreal, mas na reunião do Sêo Lula o fato não mereceu uma virgula do Sêo Alexandre que aliás fez um discurso em que parecia ser ele o presidente da república falando sore prisão dos ofensores da democracia, coisa assim bem far-west cabôclo.Sêo Lula por seu lado misturou toucinho de porco com velocidade Mach-9, vacina, mortes por Covid, fascismo, impunidade imperdoável, fome como inimiga da democracia, e partiu para endeusar a si e ao Sêo Moraes: "Eu queria dizer a vocês, sobretudo aos Companheiros da Suprema Corte e ao presidente do Supremo Tribunal Eleitoral: quando alguém colocar dúvida sobre a democracia no Brasil, seria importante que vocês não tivessem receio de utilizar a minha história e a história do meu partido como garante da existência inabalável da democracia nesse país. Aí o veín babou feio…

Senti falta de pelo mens uma frase sobre o enforcamento do Sêo Moraes e me arrepiei mais que beata ao rezar pra alma penada quando falaram do controle da mídia ou ditadura como prefiro chamar. Nada foi falado sobre combate à corrupção, analfabetismo, cracolândia, carga tributária, aumento de impostos e compra de deputados via liberação de emendas. Nada sobre picanha, cerveja, passagem barata de avião e gasolina a preço popular ou custo de vida mais baixo.

Não digo que democracia não seja relevante, mas é bem mais fácil ser democrata com emprego, grana no bolso, boletos pagos, esposa com unhas feitas e cabelos bem cuidados malhando na academia, filhos estudando numa escola com esportes, ballet e inglês, tendo liberdade de ir e vir, de se expressar, de escolher, de votar com a certeza de saber em quem votou, com leis e justiça iguais para todos, regras claras para segurança de investidores, direito de propriedade respeitado, segurança pública eficiente, bandidagem reprimida, mais médicos e mais professores, facções dominadas, controle sobre drogas e armas. Que o imposto pago retorne em bons serviços e que o governo não interfira tanto em nossa vida. Democracia com e para o povo e um governo que sirva ao povo em vez de servir-se dele. Daí então que todas, todas e todes, festejem todas as datas de acordo com seus gostos.

O último pingo

Estão rodando por aí as pesquisas de intenção de votos, enquetes até sobre credibilidade das pesquisas e as discussões sobre o que é melhor: pesquisa ou enquete. O tema é interessante até se considerarmos a parte econômico-financeira, para não ferir as susceptibilides (ops!) pois sempre existem caraminguás saindo das mãos de quem precisa de uma posição na parte de cima da tabela eleitoral para o bolso dos adivinhos, estatíticos, influenciadores, profetas, oráculos, benzedeiras, pais de santo, etc. Adivinhações à parte, as regras para o jogo eleitoral deste ano, só para variar, ainda dependem do que irão profetizar "uzómi" do TSE. Por enquanto só existem datas, mas as rasteiras, pernadas, voadoras e fake-news estão em curso. O jogo é bruto, as vagas são poucas e quem pode mais vai chorar menos. E haja grana…

Ponto final

Para controlar a mídia o governo arranjou um atalho e seguiu em frente, mas ao mirar nos influenciadores digitais surgiram alguns problemas de difícil solução e que nada tem com Big-Techs. Há organizações que dominam o mercado divulgando marcas famosas, empresas e organizações sérias, o próprio governo e influenciadores da banda podre. No fim das contas tentando separar o joio do trigo se descobriu que não há trigo. É tudo joio. Uma influencer com trocentos mil seguidores aconselha: "É melhor abafar o caso".

ENTRE NO NOSSO GRUPO DO WHATSAPP E FIQUE LIGADO NAS NOTÍCIAS 

PUBLICIDADE
Postagens mais lidas de
Últimas postagens de