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Rondônia ganha destaque em planos de ligação ferroviária para o Pacífico

Confira o editorial


A proposta de integração ferroviária entre o Brasil e a costa do Pacífico representa um dos mais promissores caminhos para o fortalecimento da logística nacional e a aproximação dos mercados sul-americano e asiático. O projeto, que prevê a ligação de importantes ferrovias brasileiras à malha continental, promete reduzir em até dez dias o tempo de transporte de mercadorias entre o Brasil e a China, trazendo benefícios diretos para o agronegócio, a indústria e a economia de exportação.

A interligação da Ferrovia Norte-Sul com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, além das novas linhas em estudo por grandes companhias chinesas como a China Railway Construction Corporation (CRCC) e a China Railway Engineering Corporation (CREC), revela o interesse estratégico internacional no potencial logístico do Brasil. Um dos traçados em análise prevê a ligação do Porto do Açu (RJ) com Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Porto Velho (RO), além de outro projeto relevante que conectaria o Porto de Santos (SP) a Antofagasta, no Chile, cruzando Paraguai e Argentina. Tais iniciativas ampliam as oportunidades de integração regional e promovem um novo eixo de desenvolvimento para o continente.

E nesta questão, o papel do ex-senador Acir Gurgacz foi decisivo para colocar Rondônia no centro dessas discussões. Ao receber, em 2015, uma comitiva de empresários chineses liderada pelo embaixador Li Jinzhang, o ex-senador apresentou o potencial logístico do corredor formado pela BR-364, destacando Porto Velho como pólo fundamental para o escoamento do agronegócio do Arco Norte, por meio do Rio Madeira.

Sua articulação política e visão estratégica ajudaram a consolidar a ideia de iniciar as obras ferroviárias a partir de Porto Velho, avançando em direção a Vilhena, Lucas do Rio Verde e, posteriormente, ao Acre e ao Peru. Essa iniciativa abriu portas para que Rondônia participasse ativamente dos projetos de infraestrutura que hoje mobilizam o país.

A inclusão do estado em um corredor ferroviário continental tem potencial para transformar a economia regional, gerar empregos, atrair investimentos e valorizar o setor produtivo local. O projeto de uma linha ferroviária ligando o porto de Ilo, no Peru, ao Porto do Açu, passando por Rondônia, Mato Grosso e Acre, evidencia o alcance dessa transformação: seriam 2.396 quilômetros de ferrovia, viabilizando escoamento de grãos, minério e manufaturados com mais eficiência e menor custo.

A infraestrutura ferroviária, ao lado do transporte rodoviário, amplia a capacidade de resposta do Brasil às demandas do comércio exterior. Dados recentes mostram que o país preserva uma indústria de caminhões forte, mas as ferrovias vêm para complementar e potencializar a cadeia logística, tornando o sistema mais ágil, seguro e competitivo. A diversificação dos modais de transporte e a integração com os países vizinhos elevam o Brasil a um novo patamar nas relações comerciais internacionais.

A integração ferroviária, por sua vez, reforça a posição estratégica do Brasil na América do Sul e aproxima o país dos principais pólos econômicos globais. Rondônia, inserida nesse contexto, aproveita uma oportunidade histórica para crescer de forma sustentável e consolidar-se como referência logística. O reconhecimento desse potencial e o empenho de lideranças políticas na defesa desse projeto são elementos que apontam para um futuro de prosperidade, inovação e expansão de fronteiras para toda a região.

Diário da Amazônia

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