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Preço do cacau dispara nos últimos anos e impacta o valor dos Ovos de Páscoa

O aumento do preço do cacau se deve especialmente a eventos climáticos nos países que produzem o fruto


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A data preferida dos chocólatras está chegando, mas a Páscoa de 2025 promete ser ‘menos doce’ do que as outras. Isso porque o preço do cacau no mercado internacional aumentou 160% em 2024, com isso, os ovos de páscoa ficarão 9,52% mais caros neste ano, segundo o levantamento realizado no final de março pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe).

O cacau foi a commodity agrícola que mais valorizou em 2024, chegando a quase US$ 12 mil a tonelada na bolsa de Nova York, segundo o Valor Data. O aumento se deve especialmente a eventos climáticos, como o excesso de chuvas, seguido por uma seca, que destruíram a produção na Costa do Marfim e em Gana, dois dos principais produtores do fruto, que juntos respondem por 60% da produção mundial.

O cacau representa 10% do custo da produção de chocolates, mas a alta não é uma novidade para os brasileiros, afinal, nos últimos três anos, o aumento acumulado dos ovos de páscoa chegou a 43%, segundo a Fipe. O maior aumento foi em de 2023, chegando a 18,61%. Em 2024, o aumento foi um pouco mais modesto, de 10,33%.

"O aumento dos custos de produção do chocolate é o principal motivo da elevação dos preços nos últimos anos. Questões climáticas causaram queda na oferta mundial do Cacau, disparando o preço desse importante insumo", explica Guilherme Moreira, Coordenador do IPC-Fipe.

Segundo Jaime Recena, presidente executivo da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados), a projeção para a quantidade de ovos de páscoa para este ano é de 45 milhões. "Apesar da queda no preço do cacau no começo deste ano [em comparação ao 2024], o benefício nos preços não é imediato, pois a páscoa começa a ser preparada com um ano de antecedência", diz o presidente da Abicab.

De acordo com a associação, além dos tradicionais ovos de páscoa, a indústria também tem disponibilizado outros produtos de chocolate complementares, cerca de 800 opções - um aumento de 25% em relação ao ano anterior - , mas que também não fogem ao aumento de preços, afinal, a Fipe destaca que o preço do chocolate subiu 27,09% e o bombom 13,58%.

"Esses produtos complementares usam variações com outros insumos, como frutas e outras tendências de mercado", explica Recena.

Os peixes também são bastante consumidos nesta época do ano e sofreram elevações mais contidas, sendo que o principal deles é o Bacalhau, que subiu 3,91% em relação ao ano passado.

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