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Flávio Bolsonaro defende fim do tarifaço de Trump e sanções individuais, mas apaga post

Afirmação foi após operação desta sexta-feira (18) contra Bolsonaro feita pela PF.


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Flávio Bolsonaro defende fim do tarifaço de Trump e sanções individuais, mas apaga post

Alan Santos/PR

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O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez uma publicação nas redes sociais defendendo que 'o certo' seria que o presidente dos Estados, Donald Trump, suspendesse as tarifas de 50% contra o Brasil e aplicasse 'sanções individuais'.

'Meter sanção individual em quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego', escreve ele.

Reprodução

O senador, no entanto, apagou o post depois, sem maiores explicações.

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, publicou nas redes sociais em inglês falando da operação contra o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com ele, o ministro do STF Alexandre de Moraes 'redobrou a aposta' após a carta enviada por Donald Trump para ele.

Além disso, Eduardo confirmou todas as medidas cautelares contra Bolsonaro.

Veja a publicação:

'Alexandre de Moraes redobrou a aposta e depois do vídeo de Bolsonaro para Donald Trump ontem, Moraes ordenou hoje para Jair Bolsonaro:

1-Use tornozeleira eletrônica;

2-Ele não pode sair de casa entre 19h e 7h;

3-Ele não pode usar as redes sociais;

4-É-lhe vedado comunicar-se com embaixadores e diplomatas estrangeiros;

5-Ele não pode se aproximar de embaixadas;

6-Ele não pode falar com outras pessoas sob investigação (eu e meu irmão Carlos estamos sob investigação).'

Decisão de Moraes

Na decisão que baseou a operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (18) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que o tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, tinha como finalidade pressão política.

De acordo com ele, elas visavam interferir no andamento do processo contra Bolsonaro em que a PGR pediu sua prisão e a de outros réus.

Leia o trecho:

'A implementação do aumento de tarifas tem como finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre o Brasil os Estados Unidos da América, bem como na interferência no andamento da AP 2.668/DF - que se encontra em fase de alegações finais'.

Na decisão que embasou a operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal aponta que Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro vinham atuando, nos últimos meses, junto com as autoridades dos Estados Unidos para 'obter a imposição de avaliações contra agentes públicos do Estado Brasileiro'.

O ministro do STF Alexandre de Moraes derrubou o sigilo da decisão que embasou a operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (18) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

'O inquérito foi instaurado a pedido da Procuradoria Geral da República para apurar a conduta delitiva do Deputado Federal licenciado, EDUARDO NANTES BOLSONARO pelos crimes de coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal), obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2º, § 1 º, da Lei 12.850/13) e abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal)', diz o texto.

Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão em sua residência em Brasília, no bairro Jardim Botânico. Também há ordens de busca em outros endereços, como na sede do PL em Brasília.

Vale lembrar que foi nesse escritório em que a PF encontrou o documento que ficou conhecido como a minuta do golpe. Bolsonaro utiliza esse espaço para reuniões políticas com aliados e com o comando do partido.

O mandado foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro estava em casa no momento em que a PF chegou no local.

As medidas restritivas incluem a proibição de o ex-presidente usar as redes sociais e de se comunicar com o filho Eduardo e o obrigam a usar tornozeleira.

Entre as ordens, está que ele terá que permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã e foi proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, além de outros réus e investigados pelo Supremo.

A Polícia Federal divulgou uma nota em que afirma:

'A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (18/7), em Brasília, dois mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da PET n.º 14129'.

A defesa de Bolsonaro afirmou que 'recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário'.


cbn

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