Arte/Reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, na manhã desta segunda-feira (6/10), com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A ligação ocorreu após os acenos do republicano à abertura das negociações sobre tarifas. O telefonema durou cerca de 30 minutos.
Também participaram da conversa o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e os ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, Fernando Haddad (PT), da Fazenda, e Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação.
De acordo com o Palácio do Planalto, o presidente brasileiro pediu a revogação das tarifas de 40% que vigoram sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos. Ele também solicitou a retirada das sanções impostas a autoridades brasileiras.
Durante a conversa, os dois concordaram em se encontrar pessoalmente "em breve" e trocaram telefones para estabelecer uma comunicação direta. Lula sugeriu que o encontro presencial ocorra durante a cúpula da Asean, na Malásia, no final de outubro.
O petista também reiterou a Trump o convite para participar da 30º Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, e se dispôs a viajar para os EUA.
Boa química
Na ocasião, Trump falou que teve "boa química" com o presidente brasileiro e sinalizou interesse em negociar.
A expectativa é que a videoconferência abra caminho para um encontro presencial entre Lula e Trump — que ainda não tem data para ocorrer. O Planalto trabalha com a hipótese de uma reunião em um terceiro país, como na Malásia, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Relação conturbada
Nos últimos meses, a relação entre Brasil e Estados Unidos ficou conturbada devido à aplicação de sanções comerciais e políticas por parte da Casa Branca. As medidas vieram na esteira do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump.
As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros entraram em vigor no início de agosto. Entre os itens afetados, estão café, carnes e castanhas. Para reduzir o impacto do tarifaço sobre empresas brasileiras, o governo lançou plano de socorro que engloba a concessão de linhas de crédito, o diferimento de tributos e a flexibilização de compras públicas.
Metropoles