Diário da Amazônia

Uma resposta óbvia, mas a falta de um plano eficiente é o verdadeiro vilão


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Foto: Reprodução

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O recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgou dados alarmantes sobre o Estado de Rondônia, posicionando-o entre os 10 estados mais violentos do país. A Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) rapidamente apontou o tráfico de drogas e as brigas entre facções como os principais fatores responsáveis por esse cenário. 

De fato, o envolvimento do tráfico e das facções em disputas territoriais certamente contribui para o aumento do índice de mortes violentas no estado. Contudo, é fundamental questionar se essa resposta é surpreendente e se o governo está enfrentando devidamente esse problema. 

Os conjuntos residenciais que abrigam famílias de baixa renda transformaram-se em verdadeiros antros de marginais, evidenciando uma falha significativa no planejamento e na inteligência da Secretaria de Segurança. Se o tráfico de drogas e as facções dominam certas regiões, incluindo a capital, é porque houve uma inércia em prever e agir para evitar tal cenário. 

A ausência de ações eficazes por parte do Poder Público permitiu a infiltração dessas organizações criminosas em áreas residenciais, tornando o combate muito mais complexo. Se o serviço de inteligência tivesse funcionado, teria como se prever essa invasão, o que possibilitaria evitar que ela fosse concretizada pelos bandidos. 

Ações pontuais, como operações esporádicas, podem causar efeitos momentâneos e até mesmo sensação de segurança temporária, mas é imperativo implementar um plano macro com metas claramente definidas a curto, médio e longo prazo.

As abordagens puramente reativas são insuficientes para enfrentar a crescente criminalidade no estado. É preciso investir em inteligência policial, cooperação entre os órgãos de segurança, melhoria da infraestrutura e oportunidades para comunidades carentes.

O fortalecimento das políticas sociais e educacionais também desempenha um papel crucial na redução da criminalidade. Ações preventivas, como investimentos em educação, capacitação profissional e programas de inclusão social, podem diminuir a adesão de jovens a atividades ilícitas e, por consequência, enfraquecer o poder do tráfico e das facções criminosas.

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