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O censo nas comunidades quilombolas

Mais de 2,9 mil pessoas foram identificadas pelo último censo do IBGE.


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O censo nas comunidades quilombolas

Fernando Damasco/Acervo IBGE

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Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou números inéditos que trazem à luz a relevância das comunidades quilombolas em Rondônia. Com um total de 2.926 pessoas identificadas pelo Censo 2022, este mapeamento marca um momento crucial para o reconhecimento e valorização desses grupos historicamente marginalizados. A inclusão de perguntas específicas para identificação quilombola no Censo é um passo significativo na luta por justiça social e no combate às desigualdades raciais no país. 

Ao apresentar esses dados, o IBGE proporciona uma ferramenta imprescindível para que o governo estadual e as prefeituras possam elaborar políticas públicas direcionadas às comunidades quilombolas. Esse mapeamento possibilita a identificação de necessidades específicas desses grupos, permitindo que sejam desenvolvidas iniciativas que promovam a inclusão, o acesso à educação, saúde, infraestrutura e oportunidades de trabalho.

O Censo revela uma dívida histórica que o país tem com a população negra, cuja trajetória foi marcada por séculos de escravidão e opressão. Os quilombos representavam espaços de resistência e liberdade para os escravizados fugitivos, e sua importância transcende os séculos. Mesmo após a abolição, as comunidades quilombolas enfrentaram e ainda enfrentam desafios para terem seus direitos e cultura respeitados.

Além disso, os negros têm deixado uma impressão digital indelével na cultura brasileira. Sua presença é notória nos festejos e folguedos populares, em que suas tradições se misturam e enriquecem a diversidade cultural do nosso país. Na música, na literatura e nas expressões artísticas, a contribuição dos artistas negros é inegável e digna de reconhecimento.

Por isso, é fundamental que a sociedade brasileira valorize e celebre a cultura essas manifestações culturais, reconhecendo-as como parte intrínseca da nossa identidade nacional. É hora de promovermos uma verdadeira reparação histórica, garantindo a igualdade de oportunidades e o respeito aos direitos dessas comunidades. A diversidade é um dos alicerces da nossa nação, e é na valorização de suas raízes que podemos construir um futuro mais justo e inclusivo para todos.

Cabe ao poder público e à sociedade civil trabalharem juntos para garantir que as comunidades quilombolas sejam respeitadas, ouvidas e amparadas em suas demandas. A conscientização sobre a importância desse mapeamento do IBGE é o primeiro passo para a construção de políticas efetivas que promovam a equidade e a inclusão social. 

Que a iniciativa do IBGE seja uma base sólida para uma mudança positiva e para a construção de um Brasil mais justo e plural. É urgente reconhecermos que a luta das comunidades quilombolas é também a nossa luta.

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