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Com 2,1%, Rondônia destoa da realidade nacional do trabalho

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Foto: Reprodução

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O cenário do mercado de trabalho brasileiro revela uma realidade contrastante que merece uma análise aprofundada. A recente divulgação dos dados da PNAD Contínua do IBGE expõe não apenas números, mas um retrato da desigualdade regional que persiste em nosso país.

Rondônia emerge como um caso exemplar, apresentando uma taxa de desemprego de 2,1%, significativamente inferior à média nacional de 6,4%. Este resultado não é mera casualidade. O estado nortista tem se beneficiado de uma combinação de fatores estruturais: o fortalecimento do agronegócio, a expansão do setor de serviços e o crescimento sustentado do comércio local.

Contudo, o contraste com estados do Nordeste é alarmante. Enquanto Rondônia celebra índices próximos ao pleno emprego, Pernambuco amarga uma taxa de 10,5%, seguido pela Bahia com 9,7%. Esta disparidade escancara a necessidade urgente de políticas públicas mais efetivas para redução das desigualdades regionais.

O Sul e o Centro-Oeste também apresentam resultados animadores, com Santa Catarina (2,8%) e Mato Grosso (2,3%) figurando entre os estados com menor desemprego. Não por acaso, são regiões que investiram pesadamente na diversificação econômica e na qualificação profissional.

É imperativo reconhecer que o sucesso de Rondônia e outros estados não pode ser visto isoladamente. São resultado de anos de investimentos em infraestrutura, políticas de atração de empresas e desenvolvimento de cadeias produtivas locais. A questão que se impõe é: como replicar estas experiências bem-sucedidas em regiões menos favorecidas?

A resposta passa necessariamente por uma revisão do pacto federativo, com especial atenção às políticas de desenvolvimento regional. É inadmissível que, em pleno século XXI, brasileiros tenham oportunidades tão díspares de acordo com seu local de nascimento.

O momento exige uma ação coordenada entre União, estados e municípios. São necessários investimentos em educação profissional, incentivos fiscais bem direcionados e programas de desenvolvimento que considerem as vocações regionais. Apenas assim poderemos construir um Brasil mais equânime em termos de oportunidades de trabalho.

Os números do IBGE são mais que estatísticas: são um chamado à ação. O sucesso de Rondônia deve servir de inspiração, mas também de alerta. Não podemos nos conformar com um país partido em realidades tão distintas. O combate ao desemprego precisa ser uma política de Estado, não apenas de governo.

A hora é de união e ação decisiva. Somente com um projeto nacional consistente, que envolva o setor público e a iniciativa privada, poderemos transformar as conquistas locais em um fenômeno nacional. O Brasil tem potencial para ser referência em empregabilidade, mas precisa enfrentar suas contradições com coragem e determinação.

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