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Período pré-eleitoral e notícias: saiba "comer o peixe sem se engasgar com os espinhos"

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Com a aproximação das eleições, o ambiente informativo tende a se tornar cada vez mais turbulento. Notícias surgem a todo momento, vídeos viralizam com velocidade e, no meio disso tudo, a verdade pode se perder em meio aos ruídos de interesses conflitantes. É nessa hora que precisamos saber "comer o peixe sem nos engasgar com os espinhos": consumir notícias com critério, cuidado e, sobretudo, consciência. Isso porque muitos conteúdos que aparentam ser meramente informativos, na verdade, carregam intenções ocultas — sejam elas ideológicas, financeiras ou estratégicas. O noticiário começa a funcionar como uma arena, em que grupos políticos travam batalhas usando palavras, imagens e manchetes como armas.

Uma tragédia, por exemplo — algo que, em sua essência, deveria mobilizar solidariedade, reflexão e ações práticas — pode ser usada como palanque para acusações, insinuações e ataques. Muitas vezes, o luto é instrumentalizado, a dor alheia vira munição, e o debate público se reduz a gritos e narrativas inflamadas. Há quem transforme fatos graves em pretexto para destruir reputações e distorcer a percepção da população. Quando isso acontece, quem perde somos todos nós: a sociedade que deseja se informar, entender o que está acontecendo de verdade e tomar decisões com base em fatos, não em emoções manipuladas.

É preciso, portanto, manter o juízo afinado. Não é o momento de se deixar levar por sensacionalismos, por discursos inflamados ou por conteúdos que, mais do que informar, querem provocar raiva, medo ou comoção artificial. Precisamos identificar o que é dado concreto, o que é opinião disfarçada de notícia, o que é crítica legítima e o que é ataque interesseiro. E quando, lá na frente, finalmente for o momento de votar, que isso aconteça com serenidade e consciência. Não se deve votar com o coração enraivecido, mas com a mente esclarecida. O melhor voto é aquele dado ao político que pensa como um estadista: alguém cujas ações, propostas e decisões visam o bem coletivo, e não os próprios interesses. Um estadista se reconhece não pelo que fala, mas pelo que já fez — pelas obras, pelos votos e pelos projetos que de fato melhoraram a vida das pessoas.

Fernando Pereira

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