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Há chances
Há 35 anos, quando veio o primeiro aviso sobre os impactos desastrosos do aquecimento global, os mais otimistas imaginavam haver tempo suficiente para chegar a 2025 com o problema resolvido: a consciência mundial, a colaboração dos agentes econômicos, a competência dos governos e o desenvolvimento da ciência ganhariam uma bela nota 10 pela conquista em nome da sobrevivência da humanidade, flora e fauna.
Nos últimos dias, pipocam em todo o mundo avisos de que cinco anos antes do ano-limite o ponto de não retorno já foi ou será inevitavelmente alcançado pelo fracasso no combate às causas do aquecimento global. Será a hora de decretar a derrota dos otimistas ou ainda há tempo para uma vitória sobre o caos?
Driblando os profetas com as mentes cheias de desgraças, a pesquisadora Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), recorre a dados científicos para afirmar que "pelos dados dos últimos anos, vimos que a Amazônia foi um enorme absorvedor de carbono". E isso nos enche de esperança, diz ela, "porque isso quer dizer que, se é a ação humana que transformou a Amazônia numa fonte de carbono, basta parar de emiti-lo". Pela ação humana corretiva, as chances de sucesso são grandes e mais rápidas. Se a humanidade fracassar, estará extinta quando a natureza corrigir os danos, em centenas de anos. Sem saída, só resta confiar na capacidade humana de sobrevivência.
Grande desafio
Historicamente com sucessivos governos estaduais e prefeitos omissos e relapsos, Rondônia figura no ranking dos piores estados no indicativo de tratamento de esgoto. Na Amazonia, a maioria dos estados, exceto Roraima, estão no bico do corvo neste quesito, como os piores do País, casos do Acre - o pior - Amapá, Rondônia, Amazonas e Pará. Não bastasse, Porto Velho é a capital rondoniense campeã no desperdício de água tratada e sua companhia que regula a distribuição do precioso líquido, repleta de diretores marajás incompetentes, sistematicamente danifica a malha viária urbana. É coisa de louco!
Eleições 2026
Seguem as articulações visando as candidaturas ao governo estadual e as duas cadeiras ao Senado em Rondônia. Se projetam como postulantes ao CPA Rio Madeira, título concedido a sede do governo rondoniense, o vice-governador Sérgio Gonçalves do União Brasil (tido como presa fácil para a oposição), os senadores Marcos Rogério (PL), Confúcio Moura (MDB), os ex-prefeitos de Porto Velho Hildão Chaves (PSDB) e de Cacoal Adailton Fúria (PSD), além do ex-governador Ivo Cassol (PP) buscando reverter suas pendengas com a justiça. Uma eleição, sem "pelés", que será previsivelmente em dois turnos, com tanta fragmentação de candidatos e de votos.
Para o Senado
A peleja ao Senado também promete disputas empolgantes. O ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu se intrometer na disputa rondoniense -como ocorreu também em Santa Catarina onde confirmou seu filho Carlucho - lançando seus candidatos na disputa. Em Rondônia já se alinhou ao pecuarista Bruno Scheidt, ainda desconhecido do meio político. Também são cogitados como pré-candidatos, o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), a deputada federal Silvia Cristina (PP), o ex-governador Valdir Raupp (MDB), o deputado federal Lucio Mosquini (de saída do MDB). Pulverizações de votos à vista.
Caos na saúde
A esfera de saúde púbica está um caos, a segurança pública em colapso. A atual administração estadual, como as anteriores a do governador Marcos Rocha não conseguiram vencer os desafios hercúleos existentes. Com legado ruim a coisa piorou mais ainda nos últimos anos. São verdadeiras nulidades em setores virais da administração pública.
Pau cantando
Como não poderia deixar de ser as reformas administrativas do governador Marcos Rocha e do prefeito de Porto Velho Leo Moraes, já visando as eleições de 2026, deixaram os defenestrados insatisfeitos e belicosos. Saíram falando horrores dos mandatários e, rancorosos, alguns se declaram desde já adversários políticos, armados até os dentes para depor os novos inimigos. Nem todo mundo tem equilíbrio emocional para ser dispensado. O atual governador Marcos Rocha, quando secretário municipal em Porto Velho, foi demitido pelo então prefeito Mauro Nazif e não deu um pio de reclamação. E foi a luta e se tornou governador
Falando horrores
O fato é que estão falando horrores em Porto Velho do afável governador Marcos Rocha e do prefeito Leo Moraes, com as alterações ventiladas. Na plebe, Rocha seria um cara sem pulso, Leo uma maria aparecida da internet, o prefeito tiktok, além de outras denominações mais impublicáveis geralmente. Estas reações as mudanças são tradicionais na política rondoniense, afinal levar um pé sempre é doloroso e sempre existe um jogo de interesses entre as partes envolvidas. Enfim, todo mundo despejado se sente "traído" e a chiadeira é grande.
Via Direta
*** Em seu balanço de seis meses de administração o atual prefeito de Ji-Paraná Afonso Cândido lembrou as dificuldades encontradas quando assumiu o Palácio Urupá e os avanços já conquistados em termos de limpeza e pavimentação *** Afonso trabalha bem na liberação de recursos de emendas parlamentares de deputados e senadores para reforçar a saúde e obras públicas *** O PT vai eleger seu novo presidente estadual, em segundo turno, no próximo dia 27 de julho *** Israel Trindade é o favorito para liderar a legenda de Lula no estado, onde o partido não elege deputados estaduais e federais há um bom tempo. Vai precisar trabalhar muito para criar asas.
Carlos Sperança