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Nacional x global
É uma ilusão a ideia de que o nacionalismo que assombra o mundo foi reeditado pelo presidente Donald Trump, dos EUA. O fim da União Soviética, em 1991, já foi o resultado de pressões nacionalistas internas de várias repúblicas. Os partidos nacionalistas, que declinaram após a vitória dos Aliados na II Guerra, hoje desafiam os liberais internacionalistas em todo o mundo. Até os velhos regimes que se mantêm em várias partes do mundo se baseiam no nacionalismo.
Diante dessa realidade, com a Rússia avançando sobre a Ucrânia enquanto Israel e EUA projetam ocupações alegando interesses nacionais, será que existe o risco de investidas externas sobre a Amazônia? Anseios nacionalistas e temores globalistas foram avivados com a projeção de dois poderosos líderes norte-americanos -Trump falando em paz, mas ameaçando guerras, e o papa Leão XIV afirmando o entendimento acima das guerras.
Trump hoje está envolvido com a pretensão de anexar o Canadá e a Groelândia. Será terrível se conseguindo isso também queira a Amazônia. Por sua vez, Leão XIV, embora tenha nascido em Chicago, é profundamente comprometido com a América do Sul e defenderia a floresta de ameaças. Afinal, a Amazônia pertence aos nove países que compartilham seu território e à humanidade. Quem quiser ajudar deve direcionar os recursos para os fundos que financiam soluções, sem recorrer a invasões criminosas.
Históricos dos vices
Na história política de Rondônia nenhum vice-governador se elegeu pelo voto direto ao governo estadual e o caso mais lembrado é de João Cahula, apoiado pelo então ex-governador Ivo Cassol, que teve a façanha de barrar o favorito daquela eleição, Expedito Junior para o segundo turno na disputa com Confúcio Moura. Os demais vices nem tentaram conquistar o então Palácio Presidente Vargas, com exceção de Orestes Muniz, vice-governador de Jeronimo Santana, derrotado pelo governador eleito Oswaldo Piana Filho em 1990. Assis Canuto, vice de Piana, Airton Gurgacz e Daniel Pereira, vices de Confúcio não prosperaram, embora Daniel tenha assumido o governo estadual.
Aposta de Gonçalves
Tudo para dizer que o atual vice-governador Sergio Gonçalves que assume a titularidade do Palácio Rio Madeira com a desincompatibilização do governador Marcos Rocha já anunciado como pré-candidato a uma cadeira ao Senado, entra na corrida pelo CPA como um azarão. Sem experiênia na matéria das articulações, com um rabo de palha grande, devido a falência do grupo supermercadista que levava o mesmo nome dele, ainda tem o carimbo de incompetente na testa como administrador da massa falida. Não bastasse enfrenta conspirações de adversários e de alguns deputados estaduais.
Quadro sombrio
Para enfrentar este quadro sombrio nas eleições ao Palácio Rio Madeira, no ano que vem, caso Sergio Gonçalves consiga registrar a candidatura pelo União Brasil, terá algumas cartas na manga para a peleja onde vai enfrentar adversários cascudos, como o senador Marcos Rogério, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves, o senador Confúcio Moura, entre ouros postulantes assumindo candidaturas, como o prefeito de Cacoal Adailton Fúria, tido como novidade, e o balão de ensaio do Podemos, com o prefeito de Vilhena Flori Cordeiro. O primeiro trunfo de Sérgio é a máquina estadual, o segundo a federação formada com o União Brasil com o PP e a possibilidade de contar com o apoio do ex-governador Ivo Cassol, que está fora do jogo de 2026.
Tem chances
No entanto, com um histórico de tantas zebras nas disputas ao governo estadual de Rondônia, não se pode também descartar as chances de Sergio Gonçalves. Tantas candidaturas lançadas foram desacreditadas, tantos favoritos, levaram pau, e o cemitério, como ensina o ex-técnico do Botafogo, está repleto de favoritos. Um dos exemplos de reviravoltas é o próprio govenador Marcos Rocha, demitido como secretário municipal, pelo então prefeito Mauro Nazif, ninguém apostava um dólar furado nele na sua peleja com Marcos Rogério. Nos debates foi um desastre, sendo sapateado pelo adversário em todos eles.
Via Direta
*** Os políticos de Porto Velho gostam de sapecar e se colar, colou. A turma de Hildão falava em 80 por cento de popularidade do seu alcaide na capital. Para não ficar atrás, a turma de Leo Lion fala em 85 por cento de popularidade *** Mas Hildão não elegeu Mariana a prefeitura, Leo Leão não emplacou o mano Paulo Junior a vereador *** Poucos políticos conseguem a transferência de votos. Nem Teixeirão, Cassol e Confúcio conquistaram está façanha *** Trocando de saco para mala: o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires já foi sondado por vários candidatos ao governo de Rondônia para ser vice no pleito de 2026. É só escolher a alternativa *** Também Fúria, de Cacoal, é outro muito sondado para vice.
Carlos Sperança