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Investimento bilionário na BR-364 precisa ser fiscalizado para atender população

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A concessão da BR-364, no trecho que liga Porto Velho a Vilhena, representa uma etapa decisiva para a infraestrutura rodoviária do país. Essa estrada, vital para o escoamento da produção agrícola e para a integração regional, conviveu por décadas com deficiências estruturais que comprometiam o tráfego de veículos pesados, ampliavam os custos logísticos e aumentavam o risco de acidentes. A chegada da iniciativa privada gera expectativa de transformação, mas também impõe a necessidade de vigilância constante para que o resultado corresponda às demandas sociais e econômica.

O investimento inicial, superior a R$ 90 milhões, foi aplicado em obras emergenciais ao longo de três meses. Buracos, ondulações e falhas no pavimento receberam reparos imediatos. Foram mais de 3 mil toneladas de massa asfáltica utilizadas, o que corresponde a 250 caçambas de caminhão. Além disso, a concessionária revitalizou sinalização, substituiu defensas metálicas, cuidou da drenagem e promoveu roçada e capina em áreas equivalentes a 432 campos de futebol. A limpeza da faixa de domínio percorreu 203 quilômetros. Tais intervenções iniciais trouxeram alívio imediato a quem trafega diariamente pelo trecho, mas representam apenas o primeiro passo de um contrato que prevê R$ 12 bilhões em investimentos.

O histórico de concessões em outras rodovias brasileiras evidencia que o êxito não depende apenas da mobilização inicial. Cumprir cronogramas, manter a transparência nos investimentos e assegurar a qualidade das obras são fatores determinantes. A fiscalização por parte da ANTT e de órgãos de controle precisa ser rigorosa, evitando que atrasos comprometam a credibilidade do processo. O usuário deve perceber, ao longo dos anos, que o valor pago em pedágios retorna em segurança, conforto e eficiência no transporte.

A questão tarifária, aliás, merece análise cuidadosa. Melhorias estruturais exigem altos custos e, inevitavelmente, impactam o valor da tarifa de pedágio. É necessário garantir modicidade, princípio que assegura equilíbrio entre remuneração da concessionária e acessibilidade aos usuários. A BR-364 não é apenas uma estrada regional; é eixo nacional de escoamento agrícola. Caso a tarifa se torne excessiva, todo o setor produtivo pode ser afetado, gerando efeitos negativos na competitividade.

Outro aspecto relevante diz respeito à dimensão social. Por essa rodovia não transitam apenas caminhões carregados de grãos ou carne; circulam diariamente trabalhadores, estudantes e famílias que dependem da estrada para atividades rotineiras. Cada melhoria concluída reduz riscos de acidentes e amplia oportunidades para comunidades do interior de Rondônia, muitas vezes dependentes exclusivamente da BR-364 para acessar serviços básicos.

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