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A decisão do Governo do Estado de Rondônia de implantar o cadastramento obrigatório das lavouras de cacau representa um passo importante na consolidação de uma política agrícola mais moderna e sustentável. Em um estado que busca diversificar sua economia e fortalecer cadeias produtivas estratégicas, a cacauicultura surge como uma alternativa promissora, capaz de gerar renda, agregar valor e promover o uso racional dos recursos naturais.
O mapeamento proposto pela Idaron cumpre um papel fundamental no ordenamento produtivo e na segurança fitossanitária. Sem um banco de dados preciso sobre a localização e as condições das lavouras, o combate a pragas e doenças torna-se mais difícil e oneroso. A experiência de outras regiões produtoras do país mostra que o controle preventivo é sempre mais eficiente e menos custoso do que as ações emergenciais quando as infestações já se instalam.
Ao exigir o cadastro, o Estado cria condições para acompanhar de forma mais próxima a evolução da cultura, identificar gargalos e planejar políticas com base em informações concretas. Isso inclui a assistência técnica, o acesso a crédito, a capacitação de produtores e a adoção de boas práticas agrícolas. O resultado esperado é um ambiente mais organizado, com maior previsibilidade e segurança para o investimento rural.
O fortalecimento da cacauicultura também passa pela rastreabilidade e pela qualidade do produto. A origem certificada e a conformidade sanitária são exigências do mercado, e Rondônia, ao estruturar esse sistema, dá um passo estratégico para posicionar-se melhor no cenário nacional e internacional. A valorização do cacau rondoniense dependerá, em grande parte, da capacidade de atender a essas exigências.
Por outro lado, o desafio logístico e operacional não é pequeno. O estado precisará garantir que o cadastramento seja acessível, rápido e bem distribuído entre as regiões produtoras. A adesão dos agricultores dependerá, em boa medida, da clareza das informações e da eficiência no atendimento. É necessário que a Idaron esteja preparada para receber a demanda e orientar adequadamente os produtores rurais.
A meta é ambiciosa, mas alcançável. O cadastramento das lavouras de cacau não deve ser visto apenas como uma obrigação burocrática, mas como um instrumento de planejamento e desenvolvimento. Com base nesse levantamento, Rondônia poderá planejar de forma mais assertiva sua política agrícola, identificar oportunidades de expansão e estimular a inovação tecnológica no campo.
O êxito da iniciativa dependerá da cooperação entre governo, produtores e entidades representativas do setor. A construção de uma cadeia produtiva sólida e sustentável exige compromisso coletivo e visão de longo prazo. O cacau pode se tornar um símbolo de uma nova etapa da agricultura rondoniense — mais estruturada, competitiva e preparada para os desafios do futuro.
Diário da Amazônia