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Alerta de desmatamento na Amazônia cresce em abril e acende sinal de alerta no governo

Apesar de queda acumulada, aumento de 55% nos alertas em abril mobiliza Ministério do Meio Ambiente e força revisão de estratégias de combate


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Divulgação / PF

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O desmatamento na Amazônia voltou a preocupar as autoridades ambientais. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quinta-feira (9), apontam um aumento de 55% nos alertas de supressão florestal no mês de abril, em comparação ao mesmo período de 2024. A informação é do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), principal ferramenta de monitoramento rápido do país.

Apesar de o acumulado entre agosto de 2024 e abril de 2025 apontar uma queda de 5% no desmatamento em relação ao ciclo anterior, o repique registrado em abril mobilizou o governo federal. A Comissão Interministerial de Controle e Combate ao Desmatamento foi convocada para revisar as estratégias e concentrar esforços nos principais focos da devastação, localizados principalmente nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará.

"Estamos identificando uma possível reversão na curva de queda. O mês de abril foi fora da média e isso acendeu um alerta. Em até duas semanas, os órgãos envolvidos deverão reajustar as medidas com base nos focos e vetores do desmatamento", explicou o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco. "A meta é chegar ao fim de julho com redução no desmatamento em relação ao ano anterior."

A ministra Marina Silva reforçou o compromisso do governo com a queda contínua do desmatamento e destacou a articulação de 19 ministérios na operação de combate. "Temos um saldo ainda positivo, mas abril acendeu um sinal. Precisamos agir agora e não esperar o fechamento da taxa anual para reagir", afirmou.

O secretário extraordinário de Controle do Desmatamento, André Lima, pontuou que o alerta pode ser um pico isolado, mas também pode sinalizar uma tendência preocupante. "Estamos atentos e trabalhando com dados em tempo real para ajustar as ações em campo rapidamente."

Outros biomas

O Cerrado também registrou aumento nos alertas em abril, com alta de 26% em relação ao mesmo mês de 2024. No entanto, o acumulado entre agosto e abril aponta queda de 25% no desmatamento. A taxa oficial do bioma, divulgada em 2024, apontou a primeira redução em cinco anos.

No Pantanal, o cenário foi positivo: os alertas de desmatamento caíram 77% em abril, sem registro de focos de incêndio no mês.

Novas medidas

Durante a reunião interministerial, a ministra Marina Silva anunciou ainda a aprovação dos planos de prevenção e controle do desmatamento da Mata Atlântica e do Pampa, completando o ciclo de planejamento dos biomas brasileiros.

As ações são guiadas pelos dados do Deter, sistema que gera alertas rápidos e subsidia operações de fiscalização do Ibama e demais órgãos ambientais. A medição oficial das áreas desmatadas é feita pelo sistema Prodes, também do Inpe, com base nos períodos de seca entre agosto de um ano e julho do seguinte.

Karol Santos - Portal SGC

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