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Fiocruz identifica mecanismo que agrava casos graves e prolongados de Covid-19

Estudo revela que desregulação de sistema ligado à pressão arterial e inflamação piora sintomas e pode explicar a Covid longa


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Um estudo inédito da Fiocruz, publicado na revista BMC Infectious Diseases, revelou um mecanismo biológico que pode agravar os casos graves de Covid-19 e ajudar a explicar a persistência de sintomas em pacientes com Covid longa. A pesquisa analisou amostras de sangue de 88 pacientes hospitalizados e identificou que a desregulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), responsável pelo controle da pressão arterial e da resposta inflamatória, está diretamente ligada à piora dos quadros da doença.

Os cientistas observaram redução significativa de receptores importantes, como ACE2 e MAS1, especialmente em pacientes idosos e com comorbidades como diabetes e hipertensão, grupos já conhecidos pelo maior risco de complicações e óbitos pela doença.

A pesquisa aponta ainda que essa desregulação pode durar mais de 300 dias após a infecção, o que pode explicar parte dos sintomas persistentes relatados por quem sofre com a Covid longa. Também foram identificadas alterações em microRNAs (miRNAs), elementos que regulam funções essenciais do corpo humano, reforçando o impacto duradouro do coronavírus no organismo.

Segundo as autoras do estudo, entender e regular o funcionamento do sistema SRAA e dos miRNAs pode abrir caminho para novas estratégias de tratamento mais eficazes e personalizadas, principalmente para pacientes vulneráveis.

Os resultados oferecem uma nova perspectiva para médicos e cientistas que buscam entender e tratar os efeitos mais severos e prolongados da Covid-19.

Karol Santos - Portal SGC

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