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Agro brasileiro ganha espaço no México em meio a tarifaço de Trump

País da América do Norte é o que mais abriu mercados para o agro do Brasil nos últimos anos; governo tenta reforçar aproximação


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Divulgação

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Nenhum país abriu tantos mercados para produtos do agronegócio brasileiro nos últimos anos quanto o México. Desde 2023, o país da América do Norte passou a comprar 22 produtos que antes não importava do Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária.

A venda destes produtos ao México resultou em US$ 870 milhões ao setor. Para se ter uma ideia, o valor corresponde a mais da metade do total das exportações do agro brasileiro para novos mercados ao redor do mundo no período, totalizando US$ 1,7 bilhão.

México: US$ 870 milhões (50,4%)

Egito: US$ 175 milhões (10,2%)

Vietnã: US$ 157 milhões (9,1)

Turquia: US$ 89 milhões (5,2%)

Argélia: US$ 81.367.103 (4,7%)

As proteínas animais estão entre os exemplos de sucesso: no ano passado, o agro vendeu US$ 214 milhões em carne bovina e U$$ 102,6 em carne suína para o México, sendo que ambos os mercados foram abertos recentemente.

A aproximação acontece em meio ao tarifaço do presidente Donald Trump, que ameaça as vendas do Brasil e — especialmente — do México aos Estados Unidos.

Neste cenário, Brasil e México sinalizam interesses de fortalecerem seus laços.

O governo federal cogita enviar uma comitiva ao México em agosto para negociar acordos comerciais. A missão seria liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Geraldo Alckmin, e aconteceria nos dias 27 e 28.

Brasil e México tentam aproximação

No mês passado, o presidente Lula conversou sobre tarifas com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, por telefone.

Na ligação, Lula reforçou a importância de aprofundar as relações econômicas e comerciais entre os dois países, mencionando um "atual momento de incertezas".

Lula teria proposto à Sheinbaum o início de negociações para ampliar acordo comercial Brasil-México. Hoje os países contam apenas com acordo de complementação econômica (ACE) pouco abrangente. Discussões para ampliar esse acordo são feitas desde a década passada, mas nunca avançaram.

Negociadores brasileiros estiveram há pouco mais de um mês no México para tratar das relações comerciais. Na ocasião, sinalizaram o interesse brasileiro em aprofundar as trocas. Segundo relatos à CNN, a discussão ainda está em "estágio inicial".

Técnicos indicam que produtos agropecuários brasileiros historicamente enfrentam taxas de até 60% no país. As vendas começaram a crescer a partir de 2022, contudo, enquanto o governo mexicano adotou o "Paquete Contra la Inflación y la Carestía" (Pacic), que isentou uma série de alimentos importados.

CNN

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