Amazonas

O Renascimento Católico na Era Digital

Por Fernando Borges de Moraes, advogado.


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A internet, tantas vezes um espaço de perdição e alienação, em aparente paradoxo, tem se tornado uma das maiores aliadas da fé católica. Ao mesmo tempo em que oferece inúmeros riscos à integridade moral e espiritual, tem possibilitado um florescimento inédito da mensagem cristã, ampliando o alcance de pregadores, congregações e movimentos de evangelização.

Nos Estados Unidos, os números são eloquentes: estatísticas recentes apontam que as conversões ao catolicismo têm crescido em ritmo surpreendente, a ponto de alguns especialistas falarem em uma verdadeira "explosão" de novos fiéis. Embora não existam levantamentos tão consistentes no Brasil, sinais semelhantes despontam também por aqui, sobretudo no ambiente digital.

Um dos símbolos dessa nova fase é o Frei Gilson, sacerdote brasileiro que se tornou referência de evangelização online. Seus números são imbatíveis: transmissões noturnas, muitas vezes realizadas de madrugada, já chegaram a reunir mais de um milhão de pessoas em oração simultânea. Não se trata de um caso isolado. Diversos pregadores e comunicadores católicos têm usado as plataformas digitais para difundir a fé, conquistar corações e, sobretudo, aproximar jovens de uma tradição milenar.

A própria hierarquia da Igreja Católica está atenta a esse fenômeno. A escolha do Papa Leão XIV, em 2025, não pode ser dissociada dessa realidade: em um de seus primeiros pronunciamentos, o pontífice citou expressamente a necessidade de compreender os riscos e oportunidades das novas tecnologias e da inteligência artificial para a evangelização e a preservação da verdade.

O impacto sobre a juventude é notório. Neste 7 de setembro, Carlo Acutis, jovem italiano falecido aos 15 anos em 2006 e conhecido como "o padroeiro da internet", será canonizado em Roma. Sua trajetória de santidade no ambiente digital reflete a nova face de uma Igreja que, sem abandonar a tradição, sabe dialogar com as linguagens do presente.

O que impressiona é que esses jovens, agora atraídos pela fé católica, são filhos e netos da geração relativista dos anos 1960, aquela que se deixou seduzir pela pílula anticoncepcional, pela promessa de liberdade sem limites e pela indiferença em relação a Deus. O retorno deles à ordem, à moral e à tradição mostra uma sede de estabilidade em um mundo marcado pelo caos, pela insegurança e pela fragmentação.

O atual "renascimento católico" é, portanto, mais do que um fenômeno estatístico ou comunicacional: é um despertar espiritual profundo que vai ao encontro da missão da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo: a salvação das almas.

Portal SGC

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