Agro do País empregou 28,4 milhões de pessoas no 3º trimestre de 2024
Foto: Wenderson Araujo
O agronegócio brasileiro empregou 28,4 milhões de pessoas no terceiro trimestre de 2024, aumento de 1,9% (ou de aproximadamente 533 mil pessoas) frente ao mesmo período do ano anterior. Os dados fazem parte do boletim "Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro", que foi publicado, na sexta-feira (17), pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A participação do setor no total de ocupações do Brasil seguiu em 26% de julho a setembro de 2024. Pesquisadores do Cepea/CNA explicam que o número de ocupados no agronegócio foi impulsionado pelo aumento no contingente de pessoas nas agroindústrias (com avanço de 6,7% em relação ao terceiro trimestre de 2023, ou cerca de 303 mil pessoas) e, principalmente, nos agrosserviços (6,3% ou aproximadamente 611 mil pessoas).
Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, entre as atividades agroindustriais, destacaram-se os segmentos de massas e outros alimentos (13,8% ou 55.355 pessoas); móveis de madeira (11,3% ou 54.284 pessoas); açúcar (24,7% ou 31.025 pessoas); moagem e produtos amiláceos (12,5% ou 30.984 pessoas) e têxteis de base natural (8,4% ou 9.326 pessoas), que juntos adicionaram 198.166 trabalhadores.
Essa expansão nas atividades agroindustriais intensificou a demanda por serviços, aquecendo o mercado de trabalho nos agrosserviços, reflexo da maior complexidade operacional de algumas atividades industriais, que mobilizam uma ampla gama de serviços.
Perfil
O aumento na população ocupada no agronegócio no terceiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano anterior esteve atrelado a avanços no número de empregados com e sem carteira assinada, aos trabalhadores com maior nível educacional (seguindo uma tendência histórica do setor) e, principalmente, à maior participação feminina no período.
Por outro lado, na comparação entre períodos subsequentes, o avanço decorreu dos seguintes fatores: do aumento de empregados, com e sem carteira assinada, trabalhadores familiares auxiliares; com nível escolar fundamental (completo ou incompleto); e, novamente, pela ampliação da presença feminina no setor.
Salários
No terceiro trimestre de 2024 (3T2024), os rendimentos mensais dos empregados no agronegócio cresceram 1,0% em relação ao 2T2024, e 4,9% na comparação anual, superando os aumentos registrados no mercado de trabalho geral (0,2% e 3,5%, respectivamente).
Entre os empregadores do setor, houve queda nos rendimentos, com retrações de 3,2% no comparativo trimestral e 3,1% na comparação anual. Já os trabalhadores por conta própria apresentaram estabilidade no trimestre (alta de 0,1%) e crescimento anual de 2,8%, embora seus rendimentos ainda sejam próximos aos dos empregados, refletindo maior associação com a informalidade.
IBGE
A pesquisa utiliza como principal fonte de informações os microdados trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua versão trimestral (PNAD-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesses dados, o Cepea aplica metodologias próprias de identificação de atividades relacionadas ao agronegócio.
O Cepea menciona que, após mudanças metodológicas implementadas em 2023 e aplicadas à série histórica como um todo, as análises de população ocupada (PO) passaram a contemplar indivíduos que atuam produzindo somente (ou exclusivamente) para o próprio consumo. Essa definição de PO difere da adotada pela PNAD-C em suas divulgações trimestrais. (Com informações do Cepea/Esalq/USP e CNA)
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