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Adeus ao tijolo, areia e reboco; entenda como é construída a casa impressa em 3D

Imóvel de 57m² com sala, banheiro, cozinha e dois quartos custa R$ 120 mil


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Foto: Grupo Katz/Divulgação

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Já imaginou morar em uma casa que não foi construída com tijolo, areia e reboco? Essa realidade já é possível e tem um exemplar à mostra em Nova Lima, na Grande BH. O imóvel foi impresso em 3D e tem acabamentos, louças e mobiliário - e custa R$ 120 mil.

De acordo com a empresa responsável pela construção, a técnica utilizada possibilita a criação de estruturas feitas a partir de microconcreto, matéria-prima que promete garantir mais resistência, durabilidade e economia.

Segundo Daniel Katz, presidente do Grupo Katz e cofundador da Cosmos 3D, empresa responsável pela construção do protótipo, o primeiro imóvel vendido será construído na região da Costa do Descobrimento, na Bahia.

Impressão

A impressora usada na construção pesa quase três toneladas e ocupa um espaço de 11,91 metros de comprimento, 6,58 metros de largura e 4,22 metros de altura.

A casa de 57m² tem sala, cozinha, banheiro, dois quartos - ou um quarto e um escritório.

Por ser controlada por um software e um robô, a impressora chama a atenção pelo grau de precisão, reduzindo o desperdício a quase zero.

Neste primeiro modelo foram necessários oito dias para a conclusão da obra, sendo quatro para o processo de impressão, dois para a montagem e outros dois para acabamentos e decorações. Mesmo sendo impressa com tecnologia 3D, a obra precisa de fundação, segundo informou Katz.

"A Cosmos 3D está desenvolvendo o projeto de um prédio de até cinco pavimentos para habitação popular. A impressora oferece infinitas possibilidades de execução, para os mais variados projetos, o que oferece extrema flexibilidade de ideias para os clientes tanto para impressão de casas quanto para mobiliários e afins", disse.

Legislação

O gerente do Departamento de Fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Nicolau Neder, disse que, independentemente do tipo de obra, de alvenaria ou impressa em 3D, o trabalho tem que seguir determinações legais e da engenharia civil.

Além disso, Neder falou que o projeto arquitetônico precisa sempre de aprovação da prefeitura da cidade onde a obra será realizada.

Na impressão 3D as regras não mudam. É preciso ter os projetos da fundação, arquitetônico, hidrossanitário e de eletricidade.

Responsável técnico

Para a construção em 3D, Neder explicou que o responsável técnico também é uma das exigências mantidas.

Ele falou ainda que o profissional que executa o projeto e a construtora têm que ser habilitados.

O engenheiro afirmou que todas os projetos de construção civil devem ter segurança, porque a técnica utilizada é de responsabilidade de quem executa o trabalho.

"O profissional habilitado é a garantia de que o serviço será realizado da melhor forma possível", ressaltou.

O gerente disse também que toda construção deve apresentar projetos complementares, como o de eletricidade e o hidrossanitário.

Projetos

-Hidrossanitário

O projeto hidrossanitário engloba toda a distribuição de água fria, água quente, esgoto e água pluvial na edificação. Ele é essencial para que a água que vem da concessionária chegue até as peças de utilização, como chuveiro e torneiras, por exemplo.

-Fundação

O projeto de fundação é o responsável por garantir a estabilidade e a segurança da estrutura, seja ela uma casa, um prédio, uma ponte, etc.

-Arquitetônico

O projeto arquitetônico ou projeto de arquitetura é a atividade técnica da criação de uma obra de arquitetura.

-Eletricidade

O projeto de eletricidade garante a correta instalação elétrica em uma obra. Arquitetos e engenheiros devem seguir uma série de cálculos que são aplicados de acordo com as normas.

 

 


G1

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