Foto: Reprodução
Com smartphones cada vez mais acessíveis, crianças têm sido expostas a situações que reproduzem comportamentos de adultos. Vídeos e fotos, muitas vezes compartilhados pelos próprios responsáveis, viralizam na internet. No entanto, psicólogos alertam: a adultização infantil pode causar danos psicológicos irreversíveis.
O QUE É A ADULTIZAÇÃO INFANTIL?
O fenômeno ocorre quando crianças são incentivadas a adotar posturas, gestos e linguajar típicos de adultos, seja por meio de danças sensuais, maquiagem excessiva ou situações inadequadas para a idade. A psicóloga Eusa Belloti explica que essa exposição precoce pode afetar o desenvolvimento emocional e social dos menores.
LEGISLAÇÃO E RESPONSABILIDADE
Além dos impactos emocionais, a prática pode configurar violação de direitos. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe a exposição indevida de menores, e o Congresso discute projetos para responsabilizar plataformas digitais e responsáveis pelos conteúdos.
Um projeto aprovado no Senado quer obrigar redes sociais a remover conteúdos abusivos sem necessidade de ordem judicial. A proposta também prevê restrições à publicidade infantil. Para virar lei, ainda precisa passar pela Câmara e ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
DENÚNCIA VIRAL E PRESSÃO NAS REDES
O debate ganhou força após um vídeo do youtuber Felca, que denunciou casos de exploração infantil nas redes. Com mais de 37 milhões de visualizações, o conteúdo pressionou o Congresso a acelerar a pauta.
CONSCIENTIZAÇÃO E PREVENÇÃO
Enquanto as leis não avançam, especialistas reforçam a importância da educação digital. Iniciativas como as do Instituto Palavra Aberta orientam famílias sobre os riscos da exposição excessiva.
A psicóloga Anne Cleyanne ressalta que, além da fiscalização, é fundamental que pais e educadores estejam atentos ao que as crianças consomem e compartilham online.
O caminho para proteger os menores da adultização ainda é longo, mas especialistas concordam: conscientização e regulamentação são essenciais para evitar danos irreversíveis.
Natália Figueiredo - Portal SGC