Credito: Divulgação/HBO
O filme Conclave, dirigido por Edward Berger e estrelado por Ralph Fiennes, mergulha o espectador nos bastidores da eleição papal, explorando as complexidades políticas e humanas que permeiam o processo. Mas como essa representação cinematográfica se compara ao conclave real da Igreja Católica?
O Conclave no Cinema
Em Conclave, após a morte do Papa, o Cardeal Thomas Lawrence (Fiennes) lidera o colégio de cardeais na escolha do novo pontífice. O filme destaca as tensões entre diferentes correntes ideológicas dentro da Igreja, com candidatos representando visões progressistas e conservadoras. A trama se intensifica quando segredos e escândalos ameaçam influenciar o resultado da eleição.
A produção foi elogiada por sua direção de arte, recriando com precisão os ambientes do Vaticano, apesar de não ter filmado nas locações originais. A atuação de Fiennes foi amplamente reconhecida, rendendo indicações a prêmios importantes.
O Conclave na Realidade
Na prática, o conclave é um processo altamente ritualizado e sigiloso. Após a morte ou renúncia de um Papa, os cardeais com menos de 80 anos se reúnem na Capela Sistina para eleger o novo líder da Igreja. O processo é marcado por orações, votações secretas e o isolamento dos cardeais do mundo exterior. A eleição exige uma maioria de dois terços dos votos.
Diferentemente do que é retratado no filme, o conclave real é menos dramático em termos de escândalos e conspirações. No entanto, as tensões ideológicas e as discussões sobre o futuro da Igreja são aspectos presentes tanto na ficção quanto na realidade.
O filme acerta ao mostrar as diferentes visões dentro da Igreja e as complexidades envolvidas na escolha de um novo Papa. No entanto, exagera ao introduzir elementos de suspense e revelações chocantes que não fazem parte do processo real. Ainda assim, Conclave oferece uma visão envolvente sobre os desafios enfrentados pela Igreja Católica na contemporaneidade.
O Novo Papa: Leão XIV
Na vida real, o conclave de 2025 resultou na eleição histórica do cardeal norte-americano Robert Francis Prevost como Papa Leão XIV. Nascido em Chicago e com vasta experiência missionária no Peru, Prevost é o primeiro papa dos Estados Unidos e o primeiro da Ordem de Santo Agostinho. Sua eleição, após quatro votações, foi recebida com entusiasmo por fiéis ao redor do mundo, marcando um momento significativo na história da Igreja Católica .
(reprodução: redes sociais)
Em seu primeiro discurso, Leão XIV expressou gratidão pelo legado de seu antecessor, Papa Francisco, e destacou a importância de uma Igreja acolhedora e sinodal. Com um forte compromisso com a paz, a unidade e a inclusão, ele sinaliza a continuidade das reformas iniciadas por Francisco, ao mesmo tempo em que traz uma perspectiva única baseada em sua experiência multicultural e pastoral .
Paulo Nobre