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Conselho de Segurança da ONU tenta deter escalada após ataque do Hamas

Presidente rotativo do Conselho da ONU, Brasil convocou reunião de emergência


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Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

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Os violentos ataques terroristas do grupo extremista islâmico Hamas contra civis e militares israelenses, nesse sábado (7/10), alarmaram a comunidade internacional, que tenta evitar uma escalada da violência no Oriente Médio enquanto Israel bombardeia a Faixa de Gaza em resposta. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem o Brasil em sua presidência rotativa, terá uma reunião na tarde deste domingo (8/10), em Nova York, para tratar do conflito e buscar opções.

Israel foi alvo de intenso ataque dos extremistas do Hamas. A violência e o elemento-surpresa levaram analistas mundo afora a compararem o evento aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. Autoridades israelenses classificaram esta ofensiva repentina, com bombardeios e avanços por terra, que deixaram centenas de mortos e feridos, como uma das maiores da história do país.

Apesar dos esforços da comunidade internacional, que condenou massivamente os ataques ao longo do sábado, não parece provável que a violência na região seja reduzida neste momento. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra aos palestinos, ameaçou transformar a Faixa de Gaza em ruínas e liderou ataques aéreos. O Hamas reagiu lançando mais foguetes em direção a Israel ao longo da noite. Os terroristas também sequestraram dezenas de reféns israelenses, tanto militares quanto civis, e os levaram para "túneis da resistência", provavelmente para tentar uma vantagem estratégica contra o poderio militar do oponente.

Os esforços e limites da ONU

O Brasil, que convocou a reunião de emergência na ONU, condenou os ataques do Hamas, alegou que "não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis", e solicitou que os envolvidos exerçam "máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação".

No mês de outubro, a presidência rotativa do grupo é do Brasil, que ocupa uma das 10 vagas para membros não permanentes do Conselho. A entidade pode aprovar um pronunciamento contra o conflito e pedir negociações de paz. O grupo, porém, tem sido pouco efetivo na resolução de conflitos internacionais, como a guerra da Ucrânia.

Ele é composto por cinco membros permanentes e com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Outros 10 países fazem parte do Conselho de forma temporária, com mandato de dois anos: Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar chocado com os ataques e repudiou o terrorismo "em qualquer de suas formas". O petista ressaltou que o Brasil "não poupará esforços para evitar a escalada do conflito", inclusive na presidência do Conselho de Segurança da ONU.

"Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados", escreveu Lula.

Em pronunciamento televisionado durante a noite, Netanyahu pediu aos israelenses que saiam da Faixa de Gaza: "Transformaremos em ruínas todos os lugares onde o Hamas se esconde e onde opera. Saiam daí agora", destacou. O líder, porém, reconheceu que o conflito levará tempo e disse que a guerra "vai ser difícil".

A ação dos extremistas surpreendeu a inteligência do governo israelense, que não conseguiu antecipar o ataque e permitiu, dessa forma, que diversos pontos mais distantes da Faixa de Gaza fossem invadidos. A vulnerabilidade é semelhante à Guerra do Yom Kippur, há exatos 50 anos, quando Israel foi alvo de ataques coordenados por parte do Egito e da Síria.

Sábado de terror

Mohammad Deif, comandante do grupo armado, informou, em comunicado, que 5 mil foguetes foram lançados. Membros do Hamas entraram no território israelense pela Faixa de Gaza em mais de 20 pontos, e atingiram ou levaram israelenses como reféns. Os confrontos foram registrados principalmente na região sul do país.

Depois da contraofensiva israelense na Faixa de Gaza, o Hamas voltou a atacar e bombardeou a cidade de Tel Aviv, de acordo com a Associated Press. O ministro da Energia israelense, Israel Katz, solicitou o corte de energia em Gaza.

O ataque do Hamas aconteceu durante a festa judaica de Simchat Torá, quando se encerra e se reinicia a leitura da Torá. Deif definiu a ofensiva do Hamas como uma resposta aos 16 anos de bloqueio na Faixa de Gaza, além dos ataques israelenses na Cisjordânia no último ano e a situação de disputa de Al Aqsa, local sagrado em Jerusalém.

Autoridades internacionais reagem

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou o apoio americano e o direito à defesa israelense. "Nunca há justificativa para ataques terroristas, e o apoio da minha administração à segurança de Israel é sólido e inabalável", continuou o presidente americano. Biden pontuou que este não é o momento para que "partes hostis a Israel" aproveitem a situação para obter vantagem.

Biden ligou para Netanyahu durante o sábado para prestar apoio ao líder israelense. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou duramente sobre os ataques.

Ele pediu que "todos os esforços diplomáticos" sejam feitos para evitar a escalada da violência. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, definiu os "ataques hediondos" como "terrorismo na sua forma mais desprezível". "Condeno inequivocamente o ataque realizado pelos terroristas do Hamas contra Israel", destacou.

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu comunicado em que pede pelo cessar-fogo. "Pedimos aos lados palestino e israelense que implementem um cessar-fogo imediato, renunciem à violência, exercitem a contenção necessária e estabeleçam, com a ajuda da comunidade internacional, um processo de negociação destinado a estabelecer a paz ampla, duradoura e há muito aguardada no Oriente Médio", diz o pronunciamento.

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Metrópoles

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