Foto: Getty Images
O dólar acelerou queda nesta quarta-feira (11) e fechou a sessão abaixo de R$ 6, à medida que investidores analisam os dados de inflação dos Estados Unidos e aguardam o anúncio da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) após o fim do fechamento. O dólar à vista encerrou o dia com perda de 1,47%, a R$ 5,959 na venda, pela primeira vez desde 27 de novembro. Já o Ibovespa disparava 1,40%, a 130 mil pontos, por volta das 17h.
Cenário externo
As atenções estão voltadas para a divulgação da inflação ao consumidor dos EUA, que voltou a subir em novembro e não deve impedir o Federal Reserve de cortar as taxas na próxima semana. Os preços ao consumidor subiram 2,7% nos 12 meses encerrados em novembro, superando o aumento anual de 2,6% observado em outubro e marcando a maior taxa anual desde julho, segundo os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor divulgados na quarta-feira pelo Bureau of Labor Statistics.
Na base mensal, os preços subiram 0,3%, após alta de 0,2% nos quatro meses anteriores. Economistas esperavam que a inflação aumentasse 0,2% em outubro e registrasse um aumento anual de 2,7%, principalmente devido a comparações desfavoráveis de um ano atrás e à inflação persistente relacionada ao mercado imobiliário.
Operadores estão quase certos de que o Fed cortará a taxa de juros em 25 pontos-base em 18 dezembro. Os mercados globais também seguem de olho em qualquer anúncio do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, cujas promessas de campanha, incluindo tarifas, são consideradas inflacionárias por analistas, o que também pode manter os juros elevados no próximo ano.
Contexto doméstico
O foco do mercado é a última decisão de juros do Copom no ano, que será anunciada pelo Banco Central após o fechamento da sessão. A aceleração do ritmo de aperto monetário pelos membros da autarquia, após a alta de 0,5 ponto percentual em novembro, está completamente precificada pelo mercado, com operadores se dividindo entre um aumento de 0,75 e 1 ponto percentual da Selic, atualmente em 11,25% ao ano.
As apostas estão colocando 69% de chance do movimento maior no momento. Na reunião anterior do Copom, em novembro, a taxa foi elevada em 0,50 ponto. Agentes financeiros vêm elevando as projeções sobre o ritmo de aperto devido aos sinais recentes de desancoragem das expectativas de inflação, além de dados que têm mostrado uma atividade econômica superaquecida no Brasil.
"É inevitável um aumento da nossa taxa. A questão é saber o quanto", disse Avallone. Na véspera, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o IPCA desacelerou na base mensal em novembro, mas o ganho anual superou o teto da meta de inflação — com centro de 3% e uma margem de tolerância de 1,5 percentual para cima ou para baixo — pelo segundo mês consecutivo.
Também segue no radar a tramitação das medidas de contenção de gastos do governo no Congresso, com o Executivo empenhado em aprová-las ainda neste ano. O governo publicou na última terça-feira (10) uma portaria detalhando procedimentos e prazos para a liberação de emendas parlamentares, instrumento no centro do mal-estar entre o Executivo e o Legislativo.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai trabalhar por um consenso para que as medidas do pacote fiscal possam ser votadas ainda nesta semana.
CNN Brasil