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Rússia quer incluir ONU em discussões sobre guerra na Ucrânia

A Casa Branca deve emitir uma declaração para resumir as negociações. O enviado americano se reúne com representantes ucranianos


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Rússia quer incluir ONU em discussões sobre guerra na Ucrânia

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Após 12 horas de negociações na Arábia Saudita, a Rússia afirmou na terça-feira (25/3) que pretende continuar o diálogo com os Estados Unidos sobre a Ucrânia, incluindo outros interlocutores, como a ONU, sem anunciar uma trégua, mesmo que limitada. Uma nova reunião Ucrânia-EUA está em andamento em Riade. A Casa Branca deve emitir uma declaração para resumir as negociações, que Moscou descreve como "difíceis".

As delegações russa e americana se encontraram na segunda-feira (24/3) em um palácio em Riade, um dia após a primeira rodada de negociações entre americanos e ucranianos.

"Conversamos sobre tudo. Foi um diálogo intenso, nada fácil, mas muito útil para nós e para os americanos", disse Grigory Karasin, um dos negociadores russos, à agência de notícias oficial russa Tass, na terça-feira. "Muitas questões foram discutidas", ele garantiu. "É claro que estamos longe de ter resolvido tudo, de ter concordado em todos os pontos, mas me parece que essa conversa é muito oportuna", completou.

"Continuaremos a fazê-lo [as negociações], envolvendo a comunidade internacional, sobretudo as Nações Unidas e alguns países", afirmou Karasin, ressaltando que teve a impressão de "um diálogo construtivo, necessário e indispensável".

Nenhum anúncio de uma trégua, mesmo limitada, como discutido em Riade, foi feito pelo lado russo, esta manhã.

A delegação ucraniana, por sua vez, entrou em novas discussões com os representantes americanos. Em uma reunião anterior, na cidade saudita de Jeddah, a Ucrânia havia aceitado uma proposta dos EUA para um cessar-fogo de 30 dias, que a Rússia rejeitou.

Exportações de grãos

As discussões agora estão se concentrando em um possível cessar-fogo no Mar Negro, a fim de permitir o retorno do acordo de grãos que permitiu à Ucrânia exportar seus grãos, entre julho de 2022 e julho de 2023. Dificultados pela presença da frota russa na área, os carregamentos por esta via marítima são vitais para o suprimento mundial de alimentos.

Este acordo de grãos e "todos os aspectos relacionados à sua implementação estão na agenda", confirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na segunda-feira. "Essa foi a proposta do presidente Trump e o presidente Putin aceitou", disse, sem mencionar qualquer possível compromisso de suspender os combates.

Washington e Kiev estão pressionando por, no mínimo, uma interrupção temporária dos ataques às instalações de energia ucranianas, que foram amplamente danificadas. A Ucrânia diz que está "pronta" para um cessar-fogo "geral" e incondicional.

A Rússia, cujo exército está avançando no campo de batalha, apesar de muitas perdas, não fala em acordo temporário, enquanto seus soldados combatem as tropas ucranianas na região fronteiriça russa de Kursk. Até agora, o Kremlin alega ter concordado com Washington apenas sobre uma moratória em relação aos bombardeios em infraestruturas energéticas.

Ainda assim, o enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, permaneceu otimista, dizendo que esperava "progresso real", particularmente em relação a um cessar-fogo no Mar Negro. "E a partir disso, naturalmente caminharemos em direção a um cessar-fogo total", disse.

O conflito foi desencadeado pelo ataque russo à Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Na segunda-feira, um ataque russo feriu 90 pessoas, incluindo 17 crianças, em Sumy, no nordeste da Ucrânia, de acordo com o prefeito da cidade. Um repórter, um cinegrafista e um motorista da mídia russa foram mortos no leste da Ucrânia.

O Ministério da Defesa russo também afirmou, na segunda-feira, ter interceptado um drone ucraniano perto de uma estação de bombeamento de petróleo na região de Krasnodar, acusando Kiev de "continuar seus ataques às infraestruturas energéticas".

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