Crianças em Mianmar podem morrer por falta de ajuda após terremoto, diz ONU

Crianças em Mianmar, atingidas pelo terremoto, correm risco de morrer devido à ajuda insuficiente, informou a chefe de advocacia da UNICEF na Ásia-Pacífico, Eliane Luthi, à Reuters nesta quarta-feira (2).

Agências das Nações Unidas, como a UNICEF, estão pedindo à comunidade global que intensifique a ajuda enquanto os esforços de resgate e socorro se apressam para auxiliar os afetados pelo forte terremoto de sexta-feira (28 de março), que matou mais de 2.700 pessoas no país do Sudeste Asiático.

"Sim, há um risco de crianças morrerem, porque sabemos que é muito provável que doenças se proliferem, haverá enfermidades nas áreas afetadas pelo terremoto. Se não conseguirmos levar água limpa suficiente, suprimentos médicos para lá, há um risco de desnutrição, aumentar a desnutrição crônica e grave entre as crianças pode ser muito perigoso", declarou Luthi, da UNICEF, à Reuters durante uma entrevista em Bangkok.

A autoridade afirmou que ela e seus colegas do Fundo das Nações Unidas acreditam que provavelmente há "centenas de crianças" entre os mortos nas áreas atingidas pelo terremoto em Mianmar, muitas das quais, antes do terremoto, já precisavam de assistência humanitária devido à guerra civil em curso.

"Então, sobrepor um terremoto a isso é realmente nada menos que devastador para as crianças", acrescentou ela.

As agências relataram que os hospitais estavam sobrecarregados e os esforços de resgate foram prejudicados por danos à infraestrutura e pela guerra civil.

O terremoto foi o mais recente de uma série de golpes sofridos pelo país empobrecido de 53 milhões de habitantes após um golpe em 2021 que devolveu os militares ao poder e devastou a economia após uma década de desenvolvimento e democracia provisória.

Os rebeldes acusaram os militares de conduzir ataques aéreos mesmo depois do terremoto e, na terça-feira (1º), uma grande aliança rebelde declarou um cessar-fogo unilateral para auxiliar nos esforços de socorro.

A guerra civil em Mianmar complicou os esforços para alcançar os feridos e desabrigados, incluindo controles rígidos sobre a internet e as redes de comunicação.

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