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Jovem ganha R$ 22 mil por mês vendendo leite materno para fisiculturistas

Mãe transformou excesso de leite materno em negócio lucrativo por meio de atletas que buscam proteína, apesar de ceticismo científico


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Jovem ganha R$ 22 mil por mês vendendo leite materno para fisiculturistas

Reprodução/TikTok/mckenzie.sahm

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McKenzie Stelly, uma jovem de 23 anos de Louisiana, nos Estados Unidos, encontrou uma forma inusitada de ganhar dinheiro: vender seu leite materno para fisiculturistas em busca de proteína.

O empreendimento, que começou como uma doação modesta, agora rende cerca de US$ 3.500 (R$ 22 mil, aproximadamente) por mês. As informações são do tabloide britânico Daily Star.

A jornada de McKenzie começou a partir de uma dificuldade. O primeiro filho dela, Elias, hoje com 4 anos, nasceu com dois dentes inferiores, uma condição rara, que tornou a amamentação "impossível", segundo ela.

Apesar disso, McKenzie tinha um excedente significativo de leite materno. Inicialmente, ela doou o excesso por meio da agência hospitalar Tiny Treasures, recebendo US$ 1 (cerca de R$ 5,50) por 30 mililitros.

A situação mudou quando McKenzie deu à luz o segundo filho, Rhett, em 2024. Desta vez, sem dificuldades para amamentar, ela percebeu que produzia leite em quantidade suficiente para o bebê e ainda sobrava.

Após compartilhar a história dela em grupos locais no Facebook, em setembro daquele ano, um fisiculturista a contatou por mensagem privada, interessado em comprar o leite para potencializar os treinos.

Mercado inusitado

O interesse dos fisiculturistas pelo leite materno se deve ao alto teor de proteína e componentes bioativos da bebida, que, segundo a Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, são fundamentais para o desenvolvimento do sistema imunológico em bebês.

Apesar disso, a comunidade científica permanece cética sobre os reais benefícios do leite materno para ganhos musculares em adultos.

McKenzie viu no interesse uma oportunidade de negócio. Ela começou cobrando US$ 0,70 por 30 ml para as mães locais, mas para fisiculturistas, que consideram o leite uma "ferramenta" para aumentar a ingestão de proteína, ela estabeleceu uma taxa de US$ 3.

As vendas, segundo a mulher, resultaram em uma renda mensal de R$ 22 mil. "Já tive clientes que pediram desconto dizendo que estavam com dificuldades, mas depois apareceram para buscar o leite em um Rolls-Royce", conta McKenzie. "Cobro um preço mais alto para fisiculturistas porque é uma escolha de estilo de vida, não uma necessidade".

Extrair leite materno não é tarefa simples. McKenzie precisa manter uma rotina rigorosa para evitar obstruções nos ductos mamários. Ela também investiu em equipamentos, como bombas de extração, e adquiriu uma segunda geladeira para armazenar o estoque.

Desde agosto de 2024, McKenzie compartilha sua jornada no TikTok, onde atraiu tanto atenção quanto críticas. Alguns a acusam de lucrar indevidamente com um recurso que deveria ser doado.

"As pessoas acham que o leite materno deve ser sempre de graça, e eu concordo até certo ponto, mas é um produto do meu corpo e do meu tempo", defende-se. "É minha escolha o que faço com meu corpo."

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), as taxas de amamentação nos Estados Unidos cresceram de 60% em 1994 para 83% em 2024. O leite materno é valorizado pelos benefícios nutricionais e imunológicos, mas o uso por fisiculturistas é uma tendência recente e ainda pouco estudada.


d24am

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