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Trump e Putin desembarcam no Alasca para discutir cessar-fogo na Ucrânia

Donald Trump e Vladimir Putin se reúnem no Alasca para discutir cessar-fogo na Ucrânia e relação EUA-Rússia


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Trump e Putin desembarcam no Alasca para discutir cessar-fogo na Ucrânia

Andrew Harnik/Getty Images

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Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, desembarcaram nesta sexta-feira (15/8) em Anchorage, no Alasca, para uma cúpula que busca discutir um possível cessar-fogo na guerra da Ucrânia. O encontro, batizado pelo governo norte-americano de "Busca pela Paz", começa às 11h no horário local (16h no horário de Brasília) e contará com conversas individuais, um almoço bilateral e coletiva de imprensa.

Segundo a agência russa Tass, o tema da segurança estratégica global deve dominar a agenda. O assessor do Kremlin, Yury Ushakov, pediu cautela antes de discutir um novo encontro entre os líderes.

A reunião ocorre sem representantes ucranianos, fato que já provocou críticas do presidente Volodymyr Zelensky.

"É impossível falar sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", afirmou nesta semana.

Ele reforçou que não reconhecerá qualquer decisão tomada sem a participação de Kiev.

Simbolismo e estratégia política

O encontro no Alasca carrega simbolismo histórico: o território foi vendido pela Rússia aos EUA no século 19 e fica próximo ao território russo, distante do campo de batalha.

Para Putin, a reunião já representa uma vitória política, pois vê nela a prova de que o Ocidente não conseguiu isolá-lo.

Trump, por sua vez, busca projetar a imagem de "presidente da paz". Desde o retorno à Casa Branca, alterna críticas e elogios a Putin e Zelensky.

Apesar de ter imposto prazos para sanções contra Moscou e suspendido temporariamente apoio militar a Kiev, recuou em diversas ocasiões. Na véspera, descreveu a cúpula como um "encontro de sondagem" e disse que poderá decidir "em dois minutos" se há chance de acordo.

Exigências russas

Putin chega ao Alasca mantendo suas condições: controle de todas as áreas ocupadas nas regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, com retirada das forças ucranianas. Kiev considera essas demandas inaceitáveis e acusa Moscou de preparar novas ofensivas.

As negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, retomadas em maio, avançaram pouco. Nos três encontros anteriores, o único resultado foi a troca de prisioneiros e a devolução de corpos de soldados.

Conversa reservada e propostas

A cúpula será aberta com uma conversa a portas fechadas entre Trump e Putin, acompanhados por ministros e intérpretes. Não há previsão de assinatura de documentos, mas Moscou não descarta novos compromissos, inclusive em território russo.

Fontes internacionais apontam que Trump pretende apresentar um pacote econômico para atrair Putin a aceitar um cessar-fogo. Entre as propostas, estariam o acesso russo a recursos naturais no Alasca, a suspensão parcial de sanções ao setor de aviação russo e a exploração de minerais de terras raras em áreas ucranianas ocupadas — embora o presidente norte-americano afirme que não negociará territórios sem Zelensky.


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