Quem é o médico condenado por causar amputação para ganhar indenização
Reprodução/Instagram/@Bionicsurgeon
Um cirurgião vascular foi condenado, na última quinta-feira (4), a dois anos e oito meses de prisão por fraude contra seguradoras no Reino Unido. Neil Hopper, de 49 anos, congelou as próprias pernas com gelo seco em 2019, levando à amputação abaixo dos joelhos, para receber uma indenização de cerca de £ 466 mil (aproximadamente R$ 3,6 milhões).
Segundo a rede britânica BBC, o tribunal concluiu que o ato teve motivação financeira e, em parte, estava ligado a um interesse sexual em amputações. Neil também foi condenado por posse de pornografia extrema.
O homem, que trabalhou na Fundação dos Hospitais Reais de Cornwall de 2013 até 2023, quando foi preso, admitiu as acusações. Ele mentiu às seguradoras, alegando que as lesões nas pernas foram causadas por sepse, uma grave infecção, quando, na verdade, foram autoinfligidas.
O juiz James Adkin, do Tribunal da Coroa de Truro, disse que o médico agiu por "ganância" e que os vídeos de mutilação corporal encontrados em posse dele apresentavam um "nível de dano excepcionalmente alto".
O caso veio à tona durante investigações sobre Marius Gustavson, criador do site EunuchMaker - de onde Hopper retirou os vídeos -, condenado à prisão perpétua em 2024 por liderar uma rede de modificações corporais extremas.
Segundo a BBC, Hopper comprou três vídeos do site e trocou cerca de 1.500 mensagens com Gustavson sobre suas próprias amputações, incluindo detalhes sobre o uso de gelo seco.
De acordo com o tribunal, Hopper sofria de disforia corporal desde a infância, considerando seus pés um "acréscimo indesejado". Apesar de não se arrepender das cirurgias, ele lamentou a desonestidade sobre suas causas.
Após as amputações, o médico voltou a trabalhar em menos de seis meses, usando pernas protéticas, até ser preso em março de 2023. O registro médico dele foi suspenso em dezembro do mesmo ano.
Fundação dos Hospitais Reais de Cornwall disse à BBC que as condenações de Hopper não estão relacionadas à conduta profissional dele. "Após uma investigação minuciosa, não encontramos evidências de riscos ou danos aos pacientes atendidos por ele", declarou.
Além da pena de prisão, Hopper, que disse em uma entrevista à BBC em 2023 que era casado e pai de família, recebeu uma ordem judicial de 10 anos que restringe comportamentos considerados de risco.
d24am