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"Me salvei atrás do ônibus", diz brasileiro que presenciou ataque em Israel

Autoridades israelenses classificam caso como atentado terrorista; ao menos de seis pessoas foram mortas e pelo menos dez ficaram feridas


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"Me salvei atrás do ônibus", diz brasileiro que presenciou ataque em Israel

Arquivo Pessoal

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Ayreh Shiri, brasileiro de 77 anos que está em Israel, presenciou um ataque a tiros em um ponto de ônibus em Jerusalém, que ocorreu nesta segunda-feira (8), pouco após o horário de pico. Ele sobreviveu ao se abrigar atrás do veículo que foi alvo dos disparos.

À CNN, Shiri contou que estava dentro do ônibus e de repente sentiu que o motor parou de funcionar.

"Não teve o que fazer e eu desci, fiquei esperando atrás do ônibus. Nisso, não passou 30 segundos que eu saí do ônibus, andei 30 metros mais ou menos e aí começou o tiroteio. Eu não estava entendendo o que era, porque tinha muita obra lá achei que era coisa da obra", disse.

Ele mencionou ainda que está em Israel há 30 dias visitando familiares e deve retornar ao Brasil em breve. Segundo o brasileiro, ter escapado dos tiros foi um "milagre".

"Eu fui me aproximar do outro canto do ônibus traseiro e aí o pessoal começou a correr e eu corri também. E foi isso aí, graças a Deus me salvei atrás do ônibus, porque teve muito tiro. Eu estava atrás do motor por acaso, tive dois milagres", afirmou.

Quando os tiros acabaram, Ayreh declarou que voltou ao local e viu que tinha mortos e feridos no chão.

"Depois do tiroteio você fica tonto. Esperei acabar tudo e voltei pro local. Deu 10, 15 minutos a polícia estava no local, que tinha feridos e mortos no chão", destacou.

Até o momento, ao menos de seis pessoas foram mortas e cerca de dez ficaram feridas.

Entre os mortos, estão três homens na faixa dos 30 anos, dois homens e uma mulher por volta dos 50, disse o MDA (Magen David Adom), serviço de resposta a emergências de Israel.

Os feridos somam seis em estado grave, dois em condição moderada e três em estado leve. Entre eles, uma gestante foi ferida, segundo as autoridades.

De acordo com informações da polícia israelense, um agente de segurança e um civil, presentes no local, revidaram "neutralizando" os dois agressores. Diversas armas, munições e uma faca usada foram recuperadas.

Em seguida, na região de Jerusalém Oriental, onde vive muitos palestinos, um homem foi preso pelas forças israelenses por suspeita de envolvimento no ataque.

"A investigação conjunta da ISA (Agência de Segurança de Israel) e da Polícia de Israel continua com o objetivo de levar à Justiça qualquer pessoa que tenha participado ou facilitado este ataque terrorista", afirmou um comunicado da unidade do porta-voz da polícia.

A atividade policial também foi intensificada, segundo o comunicado.

O que se sabe até o momento:

Vítimas: Pelo menos seis pessoas foram confirmadas como mortas, sendo três homens na faixa dos 30 anos e dois homens e uma mulher por volta dos 50 anos, informaram as autoridades. Um cidadão espanhol está entre os mortos informou o Ministério das Relações Exteriores da Espanha.

Ao menos dez pessoas feridas foram tratadas por socorristas. Entre elas estão seis pessoas em estado grave, duas em condição moderada e três em estado leve, uma mulher grávida teria sido ferida, informou o serviço.

Os atiradores: Dois agressores chegaram ao cruzamento de Ramot, em Jerusalém, em um veículo e abriram fogo contra um ponto de ônibus, pouco após o horário de pico, informou a polícia israelense. Um agente de segurança e um civil no local revidaram e mataram os atiradores.

O Hamas não assumiu a responsabilidade, mas emitiu um comunicado comemorando a ação.

Netanyahu no local: O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deveria comparecer ao tribunal nesta segunda-feira (8) como parte do julgamento em andamento por corrupção que ele enfrenta. Após o ataque, a sessão foi cancelada e ele viajou rapidamente para o local.

Condenação europeia: Diversas autoridades europeias condenaram o ataque, publicando condolências nas redes sociais, com muitas delas pedindo o fim da guerra entre Israel e o Hamas.

O presidente Emmanuel Macon que afirmou em uma publicação na rede social X que seu país "condena veementemente" o ataque no cruzamento de Ramot, expressando suas condolências às famílias das vítimas, bem como a "todo o povo israelense".

"A espiral de violência precisa acabar. Somente uma solução política trará de volta a paz e a estabilidade para todos na região", disse Macron.

Escalada de violência: Na semana passada, autoridades de segurança israelenses alertaram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre o potencial de uma "grave escalada" na Cisjordânia ocupada devido às políticas do governo no local, disseram à CNN duas autoridades israelenses informadas sobre as discussões.


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