Mundo

Dólar abre em queda com inflação nos EUA, Galípolo e Orçamento

Na véspera, o dólar terminou a sessão em alta de 1,09%, cotado a R$ 5,531. Ibovespa fechou em queda de 0,79%, aos 157,3 mil pontos


Imagem de Capa

Sheldon Cooper/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

PUBLICIDADE

O dólar operava em baixa, na manhã desta quinta-feira (18/12), em um dia movimentado no noticiário econômico doméstico e internacional.

Os investidores repercutem os dados oficiais de inflação nos Estados Unidos referentes ao mês de novembro. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) é divulgado pelo Departamento do Trabalho.

No Brasil, as atenções do mercado se dividem entre o Relatório de Política Monetária (RPM), divulgado pelo Banco Central (BC), e a entrevista coletiva do presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, sobre as projeções do BC para a economia brasileira.

Ainda nesta quinta-feira, o Congresso Nacional deve realizar sua última sessão do ano, votando o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026.

Dólar

Às 9h07, a moeda norte-americana recuava 0,19% e era negociada a R$ 5,512.

Na véspera, o dólar terminou a sessão em alta de 1,09%, cotado a R$ 5,531.

Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 3,5% no mêse perdas de 10,6% no ano frente ao real.

Ibovespa

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.

No dia anterior, o indicador fechou o pregão em queda de 0,79%, aos 157,3 mil pontos.

Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 1,1% em dezembro e valorização de 30,8% em 2025.

Inflação nos EUA

O principal destaque desta quinta-feira para os mercados é a divulgação dos dados da inflação ao consumidor nos EUA. O indicador é considerado um dos mais importantes para a definição da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).

De acordo com a média das estimativas dos analistas do mercado, a inflação nos EUA deve ficar em 0,3% em novembro (na base mensal) e 3,1% (anual).

Na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, na semana passada, o corte nos juros foi de 0,25 ponto percentual, acompanhando as projeções da maioria dos analistas do mercado. Agora, os juros estão no patamar entre 3,5% e 3,75% ao ano.

Foi a terceira redução consecutiva na taxa de juros pelo BC dos EUA. Na reunião anterior do Fed, em setembro, o corte também havia sido de 0,25 ponto percentual.

A votação não foi unânime. Stephen Miran, novo integrante do Fed, indicado por Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,5 ponto percentual, enquanto Jeffrey R. Schmid e Austan D. Goolsbee votaram pela manutenção da taxa de juros.

O próximo encontro da autoridade monetária para definir a taxa de juros, o primeiro de 2026, está marcado para os dias 27 e 28 de janeiro.

A taxa básica de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Quando a autoridade monetária mantém os juros elevados, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.

Ainda no front internacional, os investidores também repercutem as decisões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE), que anunciam as novas taxas de juros.

Galípolo e relatório do Banco Central

O BC revisou para cima as projeções do crescimento da economia brasileira em 2025 e 2026. Para este ano, a última previsão era de crescimento de 2% e, agora, de 2,3%. Em relação a 2026, a última perspectiva era de avanço de 1,5% na economia, mas subiu para 1,6%.

A variação anterior, divulgada em setembro, era de avanço de 2%. As estatísticas fazem parte do Relatório de Política Monetária (RPM), divulgado nesta quinta-feira.

No ano passado, o BC anunciou a mudança na nomenclatura do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), agora Relatório de Política Monetária (RPM). Segundo a autoridade monetária, a mudança ocorre para se alinhar com "a prática internacional".

Os moldes do Relatório de Política Monetária são os mesmos do Relatório de Inflação.

O RPM reúne as decisões de política monetária adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), bem como o desempenho da nova sistemática da meta inflacionária, as considerações sobre a evolução do cenário econômico e as projeções para a inflação.

A partir deste ano, o BC deve divulgar, até o último dia útil de cada trimestre, o relatório de política monetária.

O mercado também acompanha as declarações do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que concede entrevista coletiva sobre as projeções do relatório da autoridade monetária, em Brasília.

Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) está em 15% ao ano. É o maior patamar dos juros no país em quase 20 anos, desde 2006.

Votação do Orçamento

O Congresso Nacional marcou para esta quinta-feira, a partir das 12h, a votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Se o texto for aprovado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguirá concluir a votação do Orçamento dentro do prazo do exercício fiscal.

O relator da proposta, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), ainda não divulgou o relatório. Antes do plenário, o texto tem que ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO). O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou que a sessão pode ser adiada até sexta-feira (19/12) para a conclusão da análise.

Além da proposta orçamentária, também devem ser analisados outros Projetos de Lei do Congresso Nacional (PLN). Entre eles, está o PLN 6/2025, que destina R$ 8,3 bilhões para a criação do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, previsto na reforma tributária.

Outro item na pauta é o PLN 18/2025, que abre crédito suplementar de R$ 3 milhões para a Companhia Docas do Ceará. Os recursos virão do cancelamento de outras dotações e serão usados na compra de equipamentos e na realização de estudos náuticos de manobrabilidade e navegabilidade para a recepção de navios porta-contêineres.

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), pré-requisito para a votação do Orçamento, foi aprovada em 4 de dezembro. O texto obriga o governo a pagar a maioria das emendas até junho de 2026, três meses antes das eleições gerais.

Pelo acordo fechado, o governo deverá quitar 65% das emendas obrigatórias no primeiro semestre, até julho, o que equivale a cerca de R$ 13 bilhões. Entram nessa regra as emendas individuais, de bancada e as chamadas emendas Pix.

Outro ponto favorável para a equipe econômica do governo e, consequentemente, para o Orçamento foi a aprovação, nessa quarta-feira (16/12), do Projeto de Lei Complementar (PLP) que prevê cortes em benefícios fiscais.

As medidas devem garantir uma arrecadação total de R$ 22,45 bilhões. Desse valor, R$ 17,5 bilhões virão do corte de benefícios fiscais, R$ 1,6 bilhão da taxação de fintechs, R$ 2,5 bilhões do aumento da tributação sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) e R$ 850 milhões da elevação da taxação sobre apostas esportivas (bets).


Metrópoles


NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mais lidas de Mundo
Últimas notícias de Mundo