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Tenente descobriu com foto em grupo de zap que filho foi morto por PM

Filho de policial aposentado foi baleado e morto por soldado em suposta tentativa de assalto, em frente de ponto de ônibus


Imagem de Capa

Arquivo Pessoal

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São Paulo - Um tenente aposentado da Polícia Militar (PM) paulista, de 55 anos, recebeu mensagens em um grupo de colegas de farda no qual foram compartilhadas informações e imagens de uma ocorrência em que um suspeito havia sido morto, nessa quinta-feira (24/4).

Para a surpresa de F. C. R., o suposto assaltante, morto por uma soldado na Praia Grande, litoral paulista, era seu filho.

A morte de R. P. R., de 29 anos, ocorreu por volta das 4h. O pai dele procurou a Polícia Civil, após reconhecer o filho o WhatsApp, por volta das 13h50.

Como revelado pelo Metrópoles, uma PM de 33 anos reagiu a uma suposta tentativa de assalto, no início da manhã, e matou o filho do tenente aposentado, em frente a um ponto de ônibus.

R. P. R. estava desarmado e, de acordo com a soldado A. K. S. S. — que seguia para o trabalho — teria afirmado "perdeu", levando a mão à cintura, quando abordou a policial, por volta das 4h. O homem estava acompanhado de outro suspeito, cada qual guiando uma bicicleta. Ainda de acordo com a policial militar, além dela, outra mulher também estaria no ponto de ônibus.

"Um deles encostou a bicicleta na guia e anunciou o assalto: ‘As duas aí, perdeu, já era'", diz trecho do relato da policial, a qual acrescentou que "como reação, efetuou disparos, em quantidade que não se recorda".

Os tiros assustaram o suposto comparsa do filho do tenente, que fugiu. R. P. R., de acordo com Karina, levantou as mãos e teria afirmado "perdi".

A PM acrescentou que, em seguida, R. P. R. encostou sua bicicleta e caiu, momento em que pediu socorro à policial, solicitando para ela ligar 190. Mas a soldado, segundo relatado por ela à Polícia Civil, "travou" e moradores da região acabaram acionando a PM.

A outra mulher, que segundo a soldado estava com ela no ponto de ônibus, teria passado mal e conseguido uma carona, deixando o local "sem tempo de a declarante [K.] pegar seus dados ou contato".

Passagem criminal

R. P. R. morreu no local, atingido por ao menos um tiro, na região do tórax. O Metrópoles apurou que ele já havia cumprido pena por roubo — extinta em março deste ano.

Em um primeiro momento, R. P. R. não havia sido identificado. Cerca de nove horas depois, o pai dele foi até a Central de Polícia Judiciária da Praia Grande, onde afirmou ter reconhecido o filho morto, por meio de uma foto compartilhada em um grupo de WhatsApp.

O caso foi registrado como morte em decorrência de intervenção policial. A Corregedoria da PM seria acionada para acompanhar o caso, segundo documento da Polícia Civil.


Metrópoles

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