Hugo Barreto/Metrópoles
Após Jair Bolsonaro ter a prisão domiciliar decretada, aliados da família passaram a defender, nos bastidores, que o ex-presidente constitua o filho Flávio como um de seus advogados nos inquéritos que tramitam no STF.
A ideia não seria que Flávio passasse a ajudar na defesa do pai. O real objetivo de incluir o senador como advogado seria permiti-lo visitar o ex-presidente sem precisar de autorização do Supremo.
Pela decisão de Alexandre de Moraes, Bolsonaro só poderá receber visitas de seus advogados "regularmente constituídos e com procuração nos autos" ou de pessoas "previamente autorizadas" pelo STF.
Com essa decisão, Moraes tornou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a principal interlocutora do ex-presidente. Como mora com o marido, ela será uma das poucas pessoas a terem acesso integral a ele.
Caso Flávio seja constituído como advogado do pai, o senador também passará a ter acesso mais facilitado ao pai, podendo atuar como interlocutor de Bolsonaro nas conversas políticas mirando as eleições de 2026.
Lula já usou estratégia parecida
Aliados ressaltam que Flávio é formado em Direito e atua como advogado. Bolsonaristas lembram ainda que Lula colocou petistas e outros aliados como seus advogados na época em que ficou preso.
Em 2018, o então ex-presidente Lula indicou Gleisi Hoffman e Fernando Haddad como seus advogados, para que pudesse ter acesso facilitado a ambos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
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