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Cresce número de inquéritos por exploração sexual infantil na internet

Alta tem relação com criação, em 2023, de unidade específica da PF que combate a violência e exploração sexual infantil na internet


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Getty Imagens/ Sefa ozel

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As denúncias de exploração sexual infantil na internet no Brasil tem desafiado às autoridades brasileiras e os órgãos de segurança pública a nível estadual e federal. Segundo levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) feito a pedido da coluna, o Brasil já instaurou 5.526 inquéritos desse tipo entre 2022 e julho deste ano.

O levantamento leva em conta os números da Polícia Federal e das polícias civis estaduais. Comparando o início da série histórica até o ano passado, os inquéritos triplicaram.

2022 - 730 inquéritos instaurados;

2023 - 1.429 inquéritos instaurados;

2024 - 2.165 inquéritos instaurados;

2025 - 1.202 inquéritos instaurados.

O MJSP atribui ao aumento significativo dos inquéritos instaurados a cada ano pelo fato do governo federal ter criado, ainda em janeiro de 2023, no âmbito da PF, uma Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos.

A unidade interna da PF é voltada especificamente para o combate à violência e exploração sexual infantil na internet. "Só em 2024, foram 1.067 operações nessa área, articuladas com as Polícias Civis, que contribuíram para desarticular quadrilhas que circulavam vídeos e imagens de crianças e adolescente", informou a pasta por meio de nota.

Média de 1,6 mil denúncias por dia em 2024

Segundo o MJSP, "a magnitude do fenômeno dos crimes de abuso e exploração sexual infantil na Internet é desafiadora". Nesse sentido, a PF recebe também, por meio de cooperação internacional, uma série de denúncias de abuso e exploração sexual detectados pelas próprias plataformas digitais. Ano passado, o total de denúncias de conteúdos desse tipo, recebidas por esse canal, foi de 593 mil, ou mais de 1.600 por dia.

Tema sobre adultização de menores viraliza no país e pauta debate público

Os casos de exploração de menores voltaram ao debate público, após o influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, 27, conhecido como "Felca", publicar um vídeo de cerca de 50 minutos falando sobre "adultização" de crianças e adolescentes na internet.

No vídeo, que possui mais de 33 milhões de visualizações, Felca fala ainda sobre o comportamento de pedófilos nas plataformas digitais. Ele também acusa o influenciador digital Hytalo Santos de explorar crianças e adolescentes para aumentar o engajamento nas redes sociais.

A repercussão do tema também mobilizou a classe política brasileira de diferentes linhas partidárias. Parlamentares cobraram maior punição a pedófilos, bem como responsabilização das chamadas ‘big techs’ responsáveis pelas plataformas digitais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), prometeu priorizar nesta semanas projetos de lei adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por sua vez, decidiu ampliar a Rede Enfrentamento aos Crimes Cibernéticos, em portaria publicada nessa terça-feira, 12, no Diário Oficial da União (DOU), e incluir também as polícias civis estaduais na Rede Ciber, por meio do Laboratório Cibernético.


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