Marcelo Camargo/ Agência Brasil
A discriminação baseada na idade, o etarismo, não é um problema futuro, mas uma realidade que se espalha silenciosamente no Brasil. Esse preconceito atinge 33 milhões de idosos atualmente, e as projeções indicam que esse número mais que dobrará nas próximas décadas, de acordo com dados do IBGE.
Os números do instituto mostram um país que envelhece rapidamente: a população idosa saltou de 8,7% para 15,6% em apenas 23 anos. Apesar dessa mudança demográfica, a sociedade ainda patina no combate ao preconceito etário.
Segundo a psicóloga Laura Sousa Pinto, os impactos na saúde mental são profundos e atingem ambos os extremos etários. "Para os mais velhos, a sensação de invisibilidade e desvalorização. Para os muito jovens, a descrença em suas capacidades", explica.
Enquanto leis específicas contra a discriminação etária são discutidas, campanhas de conscientização mostram resultados imediatos. A psicóloga Laura Sousa Pinto defende que a convivência entre gerações pode ser o antídoto mais poderoso.
O Ministério dos Direitos Humanos reforça a necessidade de começar cedo, ensinando às crianças uma visão positiva do envelhecimento. "Exatamente. É uma construção que a gente precisa fazer desde cedo na nossa sociedade", complementa a especialista.
A receita para um país que será formado por 40% de idosos em 2070 passa por repensar completamente a relação com a idade. Porque envelhecer não é um problema - é uma conquista que deve ser valorizada por todos.
Natália Figueiredo - Portal SGC