Rondônia

Rondônia tem desempenho intermediário no IPS 2025, com destaque para moradia e saneamento

Água e saneamento melhoram, mas direitos individuais são preocupantes no estado


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Foto: Reprodução

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O Estado de Rondônia apresenta um desempenho intermediário no Índice de Progresso Social (IPS) Brasil 2025, com uma pontuação geral de 56,79. Esta nota posiciona Rondônia na 23ª colocação entre os 27 estados brasileiros, refletindo avanços e desafios sociais, econômicos e ambientais nas suas unidades municipais. A capital, Porto Velho, obteve nota de 57,25, estando enquadrada no grupo 5, que compreende municípios com desempenho intermediário no índice.

O IPS Brasil 2025 avalia a qualidade de vida em 5.570 municípios do país através de 57 indicadores sociais e ambientais organizados em três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades. Rondônia, por sua localização e características, enfrenta desafios específicos, principalmente na dimensão de Oportunidades, que abarca direitos individuais, inclusão social e acesso à educação superior.

Desempenho nas dimensões do IPS

Na dimensão Necessidades Humanas Básicas, que inclui nutrição, cuidados médicos, água, saneamento e moradia, Rondônia apresenta resultados relativamente melhores em comparação com outras dimensões. O acesso à moradia adequada e serviços básicos, assim como o abastecimento de água via rede de distribuição, mostram avanços importantes nos municípios do estado, refletindo melhorias em infraestrutura essencial para o bem-estar da população.

Já na dimensão Fundamentos do Bem-estar, que aborda educação básica, acesso à informação, saúde e qualidade do meio ambiente, o estado mostra resultados mistos. Enquanto o acesso à educação básica e serviços de saúde apresenta avanços, a qualidade do meio ambiente é uma preocupação constante, em função do elevado desmatamento e supressão de vegetação nativa, que impactam a qualidade ambiental e o equilíbrio social.

A dimensão Oportunidades registra os piores resultados em Rondônia, especialmente nos componentes relacionados a direitos individuais, inclusão social e acesso à educação superior. O estado possui índices baixos de paridade de gênero e racial na representação política municipal e apresenta altos índices de violência contra minorias, o que impacta negativamente a inclusão social. Além disso, o acesso à educação superior ainda é restrito para grande parte da população rondoniense.

Indicadores específicos e desafios

O componente Moradia é o que apresenta a melhor pontuação entre os indicadores do IPS em Rondônia, evidenciando que a maioria dos domicílios conta com iluminação elétrica adequada, coleta de resíduos e condições estruturais básicas, como pisos e paredes adequados. O abastecimento de água via rede de distribuição e o saneamento básico também mostram evolução, apesar das dificuldades ainda existentes em áreas rurais e mais isoladas.

No entanto, Rondônia enfrenta sérios desafios no componente Direitos Individuais, que mede a proteção dos direitos humanos, a existência de políticas públicas para minorias e a eficiência no atendimento à justiça local. Os dados indicam que os municípios rondonienses têm baixa cobertura de programas de direitos humanos e demoram mais para solucionar processos judiciais, refletindo a necessidade de fortalecer políticas públicas e o sistema judiciário.

A Inclusão Social é outro indicador crítico no estado. As taxas de violência contra mulheres, indígenas e negros são preocupantes, e a participação dessas minorias na política municipal é desproporcionalmente baixa. Essa exclusão social compromete a qualidade de vida e limita o potencial de desenvolvimento humano.

Aspectos ambientais e saúde

A qualidade do meio ambiente em Rondônia sofre forte pressão devido à supressão significativa da vegetação primária e secundária, principalmente em função do avanço do desmatamento na Amazônia Legal. Essa perda ambiental contribui para a piora da qualidade do ar, aumento das emissões de gases de efeito estufa e redução das áreas verdes urbanas, impactando diretamente a saúde e o bem-estar da população.

No quesito saúde e bem-estar, Rondônia apresenta indicadores que apontam para a necessidade de intensificar políticas públicas de prevenção e promoção da saúde. A expectativa de vida e os índices de mortalidade por doenças crônicas e acidentes ainda são preocupantes em algumas regiões do estado. O consumo de alimentos ultraprocessados e a taxa de obesidade também indicam tendências negativas que demandam atenção.

Porto Velho: um recorte

A capital Porto Velho, com aproximadamente 530 mil habitantes, alcançou nota 57,25 no IPS Brasil 2025, posicionando-se no grupo 5, que reúne municípios com desempenho intermediário. A cidade apresenta bons indicadores em moradia e saneamento, mas enfrenta desafios semelhantes aos do estado em direitos individuais, inclusão social e qualidade ambiental. A violência urbana e a baixa representatividade política de minorias na câmara municipal são questões que impactam diretamente a qualidade de vida dos porto-velhenses.

O Índice de Progresso Social Brasil 2025 revela que Rondônia está em um estágio intermediário de desenvolvimento social e ambiental, com avanços importantes em infraestrutura básica e saneamento, mas ainda com desafios significativos em direitos humanos, inclusão social e preservação ambiental. O estado precisa de políticas públicas eficazes que promovam a equidade social, a proteção do meio ambiente e o acesso ampliado à educação superior para garantir um progresso social sustentável e inclusivo nos seus municípios.

Joel Elias - Diário da Amazônia

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