Rondônia

Alvorada: Moradores enfrentarão saga para refazer o que foi destruído

"Já estamos iniciando diálogos para se fazer um mutirão para executar essas reconstruções", disse o advogado


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O casal Nilto e Lúcia visitaram o local acomponhado da filha e dos netos

Thiago Rodrigues

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Agora que foram contemplados pela liminar da Justiça Federal, que determinou a suspensão da ação de Desintrusão na região limítrofe à Terra Indígena nas imediações da Linha 106, em Alvorada do Oeste, os moradores que haviam sido retirados poderão retornar às suas propriedades.

Contudo, para dois deles e suas familias, o retorno virá acompanhado da dura necessidade de reconstruir suas moradias, que foram completamente destruídas.

O advogado que representa os produtores, Dr. Ramon Coutinho , detalhou os próximos passos: "Já estamos iniciando diálogos para se fazer um mutirão para executar essas reconstruções. Eventos para arrecadar recursos para a compra de materiais deverão ser feitos também", informou.

REPARAÇÃO DE DANOS

Contudo, antes de iniciar a reconstrução, o foco do corpo jurídico será a documentação dos prejuízos. O advogado adiantou que irá requerer uma perícia técnica para elencar os danos materiais: "Ao final do processo, que esperamos vencer em definitivo, vamos ajuizar uma ação de reparação aos danos causados pela atitude temerária dos executores da ação de Desintrusão que gerou essa destruição, tendo queimado casas e outras estruturas", explicou.

O IMPACTO NA PRODUÇÃO

Para o senhor Benedito Chaves, o popular "Bené", a preocupação imediata é com sua principal fonte de renda. Em sua propriedade, há o plantio de 60 mil pés de cafés que já estão no início da produção. Nesses quatro dias em que ficou sem manutenção técnica, a lavoura começou a dar sinais de perdas.

"Dava tristeza de ver os grãos caídos no chão e eu sem poder mexer. É esse cafezal quem paga minhas contas, que sustenta minha família; e é aqui que trabalho todos os dias, onde minha vida tem sentido. Estou feliz por poder voltar a cuidar", declarou o produtor.

Nildo Gonçalves, que teve a casa, o curral e outras estruturas queimadas, também expressou alívio e lamentação. "Estou feliz por essa decisão. Mas também lamento que não veio a tempo de impedir as perdas que tivemos, mas pelo menos vamos poder voltar ao que é nosso, graças a Deus", disse.


Fernando Pereira - Portal SGC


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