Rondônia

COP30: quando o calor, a fumaça e a falta d’água batem à porta de Rondônia

O Põe na Bancada traduz o debate global do clima para a vida real da Amazônia


Imagem de Capa

Divulgação

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Na porta de casa, o ar parece mais pesado. O sol bate forte, a torneira falha, o céu de Porto Velho já ficou cinza de fumaça por dias. É desse lugar — da vida real — que o Põe na Bancada parte para um tema gigante que chega à Amazônia: a COP30. O episódio traduz o encontro global de Belém para o cotidiano de Rondônia: a conta de luz, a roça, o gado, a água, a saúde. E mostra um caminho possível: produzir com a floresta, não contra ela.

No estúdio, três vozes que conhecem esse chão: Almir Suruí, liderança Paiter Suruí; Luciana Oliveira, jornalista que cobrirá a COP; e Diogo Hungria, biólogo e cofundador da startup Meu Pé de Árvore. Roberto Sobrinho apresenta e provoca: "COP30… o que eu tenho a ver com isso?"


A chegada da pergunta que importa

A pergunta vem da rua. Dona Maria, do Caladinho, quer saber: "Essas reuniões servem pra quê? Aqui a gente sofre com calor e falta d’água." Luciana responde sem rodeio: "A COP decide o que o mundo vai fazer pra conter o aquecimento. Essas decisões chegam no nosso dia a dia." Diogo abre a porta da sala onde o mundo decide: "É uma grande assembleia com 197 países. É lá que se cobra política pública pra Dona Maria ter água e pra evitar queimadas." Almir traduz o impacto em números que doem no bolso: "Se piorar, aumenta a conta de água, de luz e a comida. Quem paga é a periferia." A conversa ganha temperatura e enfrenta o negacionismo com exemplos locais: fumaça de 2024, seca do Madeira, prejuízo na roça.

Quando produzir e conservar andam juntos

No bloco seguinte, a dona Neia, lá de Cacoal, lança a dúvida de todo produtor: "Se não pode desmatar, como é que a gente vai viver e plantar?" Almir aponta um norte que vem do território: "Rondônia não precisa desmatar mais nenhum centímetro. O que já foi aberto tem condição de produzir com tecnologia." Diogo detalha o "como": pecuária sombreada, agrofloresta, recuperação de nascentes. Com sombra, o gado come melhor, bebe menos água e anda menos. No mesmo hectare, é possível reintegrar árvores e manter a produção. Luciana arremata: "’Gado verde’ e pecuária regenerativa valem mais. O mundo está pagando por isso." O episódio cita exemplos como o café Paiter premiado, a biofábrica de chocolate, o açaí e os óleos da floresta — mostrando que a floresta é engenharia do clima e economia viva.

Ouvir a floresta

O terceiro bloco muda de plano: do número ao sentido. Luciana lembra a fala de Txai Suruí na ONU e convida Almir a explicar a pedagogia da mata. Ele conta que a natureza comunica — excesso de chuva, estiagem, época de colher. Planejar com a floresta é tradição e é futuro. Diogo traz o gesto mínimo que vira conversa: plantar uma árvore. "Quando você planta, você dá exemplo. A pergunta vem: por quê? E aí você puxa o fio certo." Luciana mira o horizonte: trinta anos de negociação não são simples, mas são a melhor ferramenta que temos para frear extremos e financiar a transição.

Por que assistir (e por que agora)

Porque o episódio tira a COP30 do jargão e coloca no quintal de quem mora aqui. Mostra soluções concretas — do pasto sombreado à agrofloresta — que geram renda, seguram água, reduzem fumaça e valorizam o produto. Faz pontes entre ciência, tradição e mercado, e dá nome aos dilemas: agro consolidado x fronteira predatória, informação x desinformação.

Exibição

🎙️ Apresentação: Roberto Sobrinho

📺 Onde assistir: Rede TV Rondônia — sábado, às 19h30 | TV Cultura — terça-feira, às 20h

▶️ Disponível também no YouTube: https://youtu.be/SvuIbcV6IKk

🎧 Ouça no Spotify: Põe na Bancada


Portal SGC


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