É verdade que a ‘bactéria comedora de cérebro’ existe e devora humanos?
Keck School of Medicine of the University of Southern California
Não é bem assim. Você já deve ter recebido em grupos de WhatsApp, escutado no rádio, assistido na TV ou até ouvido de algum conhecido que "uma bactéria comedora de cérebro" provocou infecções severas e fez vítimas. Não procede.
As bactérias podem mesmo se espalhar pelo organismo e provocar doenças e sequelas, mas isso só acontece com pessoas com baixíssima imunidade, sobretudo pacientes renais ou diabetes descontrolada, explica o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria.
"Não existe isso. Senão, iam fazer um ‘Walking Dead bacteriano’, né?", brinca. "Dependendo da imunidade da pessoa, da baixíssima resistência, como transplantados renais, pessoas com diabetes não controlada, essas bactérias podem cair no sangue", explica.
"A imunidade é a portinha que fecha a entrada [de bactérias]. Se você tem baixa imunidade, a portinha está aberta. Com a bactéria no sangue, para aonde é que ela vai? Para onde tiver sangue: coração, cérebro", diz.
"Lá no cérebro, começa a se multiplicar, produz substâncias proteolíticas. Não é que ela está comendo o cérebro, ela está liquefazendo algumas partes cerebrais para ela poder se alimentar", detalha.
‘Ameba comedora de cérebro’
Em dezembro, um bebê de 1 ano e três meses morreu devido à meningoencefalite em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde do Ceará.
d24am