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Em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, a Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia (SESAU) realizou no último fim de semana, em um shopping de Porto Velho, o evento "Conectar com a Vida Além das Telas". A ação levou mensagens de acolhimento e criatividade ao público, reunindo pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que apresentaram seus talentos em música, pintura e dança.
Uma banda formada por usuários do CAPS fez uma apresentação especial, mostrando a música como caminho integrador no tratamento em saúde mental. Quem passava pelo local pôde observar quadros pintados por Evandro Câmara, paciente diagnosticado com esquizofrenia e autismo. Suas telas retratam visões e sentimentos de seu mundo interior.
"A arte me ajuda a expressar o que sinto. Cada tela é um pedaço da minha história", contou Evandro.
O secretário de Saúde, coronel Jefferson, reforçou a importância de iniciativas que unem cultura e saúde. "A arte tem um poder transformador. Trazer essa discussão para um espaço público é quebrar barreiras e estigmas", afirmou.
Janaina Quintanilha, diretora do CAPS Madeira-Mamoré, testemunha a transformação que atividades artísticas promovem na vida dos pacientes. "A arte permite que eles se reconheçam, se expressem e se sintam pertencentes. Isso é fundamental no processo terapêutico", explicou.
O evento também deu espaço a projetos inovadores. Conhecido como Bototo, o paciente Júlio César foi selecionado para apresentar em Brasília seu projeto "Ideias Loucas para Pessoas Normais". Em sua participação, ele dançou e usou a voz para fazer um apelo por mais empatia. "Precisamos olhar mais nos olhos, escutar com o coração", disse.
Para encerrar a programação, o psicólogo Daniel Amaral ministrou uma palestra com estratégias para uma vida mais equilibrada, enfatizando a importância de cultivar relações reais em um mundo cada vez mais virtual. "Precisamos resgatar o contato presencial. As telas são ferramentas, mas não substituem o calor humano", destacou.
De talentos revelados a debates necessários, o evento cumpriu seu papel: mostrou que cuidar da mente é um ato de coragem e que, muitas vezes, a expressão que cura pode estar em uma tela, em uma música ou no simples gesto de se conectar com o outro.
Natália Figueiredo - Portal SGC