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Três décadas depois do lançamento do icônico CD Amazônia em Canto, a trajetória da música produzida em Rondônia voltou aos holofotes com uma edição especial do podcast Põe na Bancada, apresentado por Roberto Sobrinho. O episódio contou com a participação dos músicos Bado — um dos idealizadores do álbum — e Rafael Altomar, artista e pesquisador da cena local.
Transmitido em três blocos, o programa propôs mais do que uma homenagem. Foi uma verdadeira imersão na diversidade musical do estado, abordando desde as raízes ribeirinhas até as experimentações urbanas mais recentes.
Uma linha do tempo sem hierarquias
Logo no início do episódio, os convidados discutem o uso do termo "evolução" para se referir à história da música rondoniense. A reflexão trouxe à tona a importância de reconhecer o "desenvolvimento" como conceito mais justo, já que valoriza todas as fases da produção local sem apagar suas origens. "Cada tempo tem sua força e sua beleza", afirmou o apresentador.
Diversidade sonora e identidade amazônica
O episódio também destacou a pluralidade de estilos que compõem a música regional. Do carimbó ao samba, passando pelo choro, baião e influências urbanas, a produção rondoniense é descrita como híbrida, viva e com forte ligação à cultura amazônica. Bado lembrou que o CD Amazônia em Canto já nascia com essa proposta. Já Altomar sugeriu o termo "MPBera" — Música Popular Beiradeira — para definir essa identidade musical singular, mais como afirmação cultural do que um rótulo.
Rondônia plural: um estado com muitas vozes
Os músicos também analisaram como a geografia influencia a cultura musical em Rondônia. Segundo eles, a identidade amazônica se faz mais presente na região Norte do estado, enquanto o Sul, com forte presença migratória, é palco de estilos como rock, punk e hip-hop. Essa multiplicidade, embora torne difícil uma definição unificada, enriquece a cena com novas possibilidades e fusões criativas.
Memória e futuro em pauta
O episódio foi além das lembranças e valorizou os projetos em andamento. Bado apresentou seu songbook "Amazonialidades nos trilhos das canções", uma coletânea que resgata a memória cultural rondoniense desde os anos 1980, além do álbum Olhos de Rio, disponível em digipack e nas plataformas digitais. Altomar, por sua vez, falou sobre seus projetos musicais, como a banda Beiradelia, o grupo Malcriados (punk beiradeiro) e o novo trabalho Pirão Remoso. O programa encerra com a canção A Garota da Fronteira, inspirada em Guajará-Mirim.
📺 Onde assistir
RedeTV! Rondônia: sábados, às 19h30
YouTube (canal @poenabancadapodcast): terças-feiras, às 20h30, com retransmissão pela TV Cultura
📌 Episódio completo: Assista no YouTube
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