Sem chiliques
Mitos e mentiras dificilmente desaparecem, no máximo ganham detalhes fantasiosos e assustadores. Por isso é possível que a autorização concedida pelo presidente Lula da Silva à entrada de 294 militares dos EUA para participar de um exercício conjunto com o Exército Brasileiro, pela primeira vez na Amazônia, venha a alimentar ainda mais as teorias da conspiração pseudonacionalistas que veem o fim da soberania brasileira na região desde mapas astrais até a borra do café.
A tradição militar dos EUA de meter o nariz em todo lugar que interessa ao governo gringo é um forte auxiliar de tais teorias. A lista de países aos quais os EUA deslocaram seus militares com resultados trágicos é enorme, mas neste caso não é uma intervenção motivada por ambição de conquista territorial, mas de um exercício anual que por ser realizado pela primeira vez na Amazônia parecerá aos desinformados algo novo e ameaçador.
A notícia vai silenciar por alguns dias os deputados radicais do Partido Republicano dos EUA que detestam o Brasil soberano. No plano interno, ninguém tem argumentos sérios para contrariar os exercícios. Foram autorizados pelo governo Dilma, em 2015, e realizados sem chiliques durante os quatro anos de Bolsonaro. Em uma região cheia de problemas sociais e escrutinada metro a metro por satélites, resmungar contra exercícios militares definidos em acordo entre dois países amigos é como secar a seca.
.......................................................................................
Comando petista
O PT está elegendo seu novo comando para definir candidaturas próprias ou alianças nas eleições municipais do ano que vem em Rondônia. O partido vem de uma série de derrotas depois de uma década bem-sucedida, quando elegeu prefeito na capital, uma senadora, dois deputados federais e quatro estaduais. Hoje em dia tem apenas uma deputada estadual, Claudia de Jesus, diga-se de passagem a deputada mais atuante da Assembleia legislativa que é lotada de machões bolsonaristas conservadores. A primeira avaliação é de candidatura própria nos principais polos regionais, casos de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena.
Em Caravana
Lideranças amazonenses e rondonienses estão em caravana para Brasília para pressionar o governo federal e o Ministério dos Transportes para a pavimentação integral da BR 319, que conecta Manaus a Porto Velho, num trecho de quase 900 quilômetros, sendo que 450 deles, o chamado meião, totalmente deteriorado necessitando de asfaltamento. Além disto existem duas pontes para serem restauradas, arrebentadas durante o inverno amazônico passado. Com a estiagem, a navegação da hidrovia da madeira prejudicada, o abastecimento do Amazonas depende agora apenas do modal rodoviário.
Base governista
Com a base governista do mandarim Marcos Rocha repleta de postulantes à prefeitura de Porto Velho fica difícil para se encontrar um nome que seja de consenso com o aliado Hildon Chaves, prefeito de Poro Velho. Sabe-se que se depender de Rocha, seu candidato seria Fernando Máximo (UB), do lado de Hildon Chaves ele tem como aliada a ex-deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas). Mas ainda na base do govenador existem os nomes de Leo Moraes (Podemos) e Marcelo Cruz (Patriotas) e a deputada federal Cristiane Lopes (UB). E juntar todos no mesmo palanque será difícil.
Mudanças climáticas
Temos uma estiagem severa em Rondônia, Acre e Amazonas, a desertificação no Piauí, as enchentes nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, acompanhadas de tornados cada vez mais frequentes sinalizam as mudanças climáticas se alternando entre tsunamis e grandes incêndios florestais, sejam nos países da América do Sul, ou mesmo na Europa. Em Porto Velho, nos 43 anos vivenciando por aqui, este é o ano mais quente no período. E se a cada dez anos temos grandes cheias no Rio Madeira, no ano que vem, teremos mais uma de grandes proporções.
Fundão eleitoral
A fome dos políticos é realmente difícil de saciar. Não bastasse R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral, as gordas emendas parlamentares, rachadinhas, indicações de apaniguados para as esferas municipais, estaduais e federais, agora os partidos projetam ampliar para R$ 6 bilhões os recursos do fundão eleitoral para as eleições municipais do ano que vem. A classe política é realmente insaciável e a cada legislatura nas câmaras municipais, Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional se vê muitos recursos indo para o ralo que poderiam ser investidos em saúde, educação e segurança pública.
Via Direta
*** Em vista do grande aumento no tráfico de drogas em Rondônia, a fiscalização das autoridades aumenta no aeroporto internacional Jorge Teixeira, na região do Aeroclube, na região portuária e nas rodovias federais *** Os cartéis tem usado Rondônia como uma verdadeira "Ceasa" das drogas, como centro distribuir para os estados com conexões para o sul e nordeste do País ***O deputado Adjuto Afonso (União Brasil-AM) apresentou projeto de lei para regularizar o garimpo do ouro em Humaitá e Manicoré *** Ele atende reivindicação dos prefeitos e vereadores dos respectivos municípios amazonenses que apoiam a atividade garimpeira nas águas barrentas do Rio Madeira.
Carlos Sperança